O antigo tesoureiro do PP espanhol, Luis Bárcenas, e o empresário Francisco Correa foram condenados a penas de prisão pesadas no “caso Gürtel”: 33 anos para Bárcenas e 51 anos para Correa. O tribunal considerou dado como provado que durante anos estes foram os dois principais operacionais de um esquema de corrupção que permitiu o financiamento ilegal do partido que lidera o Governo espanhol. O próprio PP — atualmente presidido pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy — foi condenado e terá de pagar 245 mil euros.
De acordo com o tribunal espanhol, segundo conta o El País, Francisco Correa dirigia uma rede de corrupção a partir do PP nacional durante a liderança de José María Aznar e terá mudado o centro da sua atividade para Valência após a chegada de Rajoy à presidência do partido. O tribunal deu ainda como provada a existência de um saco azul (“caja b”) no Partido Popular, que será julgado à parte.
O ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, foi não só condenado a 33 anos de prisão, como também terá de pagar uma multa de 44 milhões de euros, por fuga ao fisco num valor superior a seis milhões de euros e por ter recebido 1,24 milhões de euros em comissões para facilitar contratos públicos a empresários que lhe eram apresentados por Correa.
A esposa de Bárcenas, Rosalia Iglesias, também foi condenada a 15 anos de prisão, por o tribunal ter considerado provado que ajudou o marido a esconder fundos na Suíça. A ex-mulher de Correa, Carmen Rodríguez Quijano, também foi condenada a 14 anos e 8 meses de prisão.
Bárcenas, de acordo com a sentença, foi uma peça fundamental num “autêntico esquema de fraude que lesou as finanças públicas” orquestrado por Correa. O antigo tesoureiro está preso desde 2013.