Santana Lopes, Cavaco Silva, Passos Coelho e agora Paulo Rangel. O eurodeputado é mais uma voz no PSD a declarar-se “convictamente contra a legalização da eutanásia” e adverte que “a sociedade portuguesa, apesar de um debate ainda curto, escasso e pobre, quer tomar já essa decisão.”
Numa publicação na sua página no Facebook, Paulo Rangel alerta que esta é uma “matéria muito complexa e delicada” e que o debate “é especialmente difícil, por haver muita confusão conceitual, muito ‘tribalismo’ de rede social e muito preconceito“.
Paulo Rangel acrescenta também que “não se percebe a pressa inusitada do Parlamento português e de alguns dos seus partidos e deputados”, uma vez que “esta não é uma questão de sacristia“, mas “também não pode ser transformada numa questão de secretaria“. E acrescenta: “Falta maturação ao debate, falta tempo e pluralidade de argumentos. Não é por acaso que tão poucos países deram este triste passo de regressão civilizacional”.
O eurodeputado afirma ainda que “uma parte de leão das situações que alguns julgam estar no campo da eutanásia nada têm que ver com ela”. E acrescenta: “São situações pacíficas de recusa de tratamento excessivo e desnecessário, que redundaria em pura obsessão terapêutica”.
Paulo Rangel não compreende que se fale no “direito à morte” e defende que “ninguém — nenhum ser humano — perde dignidade por estar doente, por estar incapaz, por estar agonizante. Continua a ser uma pessoa, um semelhante, um próximo, em tudo igual aos demais e em especial na sua dignidade enquanto ser humano, enquanto pessoa.”
O antigo candidato à liderança do PSD questiona ainda: “Como é que um país que foi pioneiro na abolição da pena de morte, pode tão ligeiramente querer instituir a legalização da eutanásia? Como é possível que o argumento pragmático da irreversibilidade da morte, tão usado para afastar a pena de morte, não pese nem seja ponderado na questão da eutanásia?”
Paulo Rangel afirma ainda que “esconjurar a posição dos que se opõem à eutanásia com a ideia de que querem impor a sua visão pessoal é um argumento absolutamente injusto e, já agora, reversível”. Isto porque, no seu entender, “quem é a favor da eutanásia também quer impor à sociedade a sua visão e a sua conceção moral, filosófica ou antropológica”.