Jorge Jesus está em negociações muito adiantadas com o Sporting para rescindir o último ano de contrato que tinha ainda como técnico do conjunto leonino por mútuo acordo, soube o Observador, confirmando a informação avançada este domingo pelo jornal O Jogo (conteúdo fechado) de que haverá uma comunicação oficial da saída (ou outra reação, se for o caso disso) nas próximas horas ou, mais tarde, no início da semana.

O desportivo anuncia ainda o Al-Hilal, da Arábia Saudita, como futuro destino do treinador de 63 anos. Ao que o Observador apurou, esse deverá mesmo ser o próximo clube de Jesus, que irá receber um salário na ordem dos sete milhões, a que acrescem ainda os prémios por objetivos. Jesus deverá assinar por um ano e ficar com um de opção.

O interesse da equipa em Jesus não é recente. Houve muita especulação nas derradeiras semanas sobre um possível acordo com o técnico (incluindo com supostos vistos que estariam preparados não só para Jesus mas também para os restantes membros da equipa técnica a não ser Mário Monteiro, preparador físico que vai deixar o futebol) mas nos últimos dias as indicações que surgiram davam conta de uma aproximação de Bruno de Carvalho, contrariando aquilo que tinha saído da reunião no dia seguinte à derrota na Madeira. Ainda assim, este sábado a imprensa saudita avançava que as negociações estavam avançadas e que o treinador já teria mesmo pedido um jogador para o Al-Hilal: Islam Slimani, avançado ex-Sporting que foi cedido pelo Leicester ao Newcastle por empréstimo nos últimos seis meses da temporada que chegou agora ao fim.

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De referir que, no dia seguinte à derrota do Sporting na Madeira frente ao Marítimo que atirou a equipa para o terceiro lugar, o presidente leonino terá manifestado a Jesus que, três anos depois, o seu caminho em Alvalade teria chegado a um fim de linha, após falhar a Liga dos Campeões (ou a terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos). Ou seja, ao ficar sem pelo menos 22 milhões de euros que estariam já contabilizados no orçamento para a próxima temporada, a SAD do Sporting via-se obrigada a fazer algumas alterações, sendo que uma delas passava pelo comando técnico. No entanto, nesse encontro terá recusado rescindir por mútuo acordo, avançando então a possibilidade de ser aberto um processo disciplinar.

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Depois disso, várias coisas mudaram. Houve o ataque à Academia (onde Jorge Jesus foi um dos elementos agredidos pelos invasores), a relação ainda mais deteriorada entre jogadores e presidente, a derrota na final da Taça de Portugal, um período de incerteza que teve já duas rescisões unilaterais de Rui Patrício e Podence, a possibilidade de haver mais saídas. Tudo terá ajudado Jesus a repensar a sua situação e até ter outro nível de aceitação a uma proposta das Arábias, que outrora dizia ser impossível aceitar. Resta saber se o acordo com o Sporting prevê ou não uma cláusula anti rivais, como costuma acontecer com os jogadores que são vendidos, ou se a mesma não existe e o técnico poderá voltar a Portugal a breve prazo. Esta tarde, num comunicado sobre vários temas, os leões negaram apenas que Jorge Jesus tenha sido despedido, que o Sporting tenha oferecido a renovação de contrato ou que tenha sido feita chantagem para uma rescisão por justa causa.

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No entanto, o Sporting parecia estar também a prever uma eventual saída do atual treinador, com duas hipóteses em cima da mesa: a opção por mais um técnico português, que conheça a realidade nacional e tenha uma ideia de jogo interessante que pudesse encaixar nos leões (Miguel Cardoso e Sá Pinto foram dois dos nomes falados pela imprensa desportiva); ou a aposta (inédita na era Bruno de Carvalho) num treinador estrangeiro, com experiência internacional e trabalho reconhecido no desenvolvimento de jovens talentos, que poderia chegar de uma das escolas que o atual presidente sempre teve como referência, a holandesa. Rui Faria, ex-adjunto de Mourinho, também já foi apontado.

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Quem está mesmo de saída é William Carvalho, que ainda este sábado cumpriu os 90 minutos no empate sem golos da Seleção em Bruxelas frente à Bélgica, naquele que foi o penúltimo encontro particular de preparação antes do Mundial.

Na passada sexta-feira, com a rescisão unilateral de Rui Patrício, os responsáveis do Sporting apressaram-se a fazer todas as diligências para garantirem que a debandada geral de jogadores era estancada e um desse objetivos foi mesmo conseguido (pelo menos para já): o médio, que chegou a ser apontado como o terceiro elemento a avançar com a revogação do vínculo, “congelou” a carta depois de Pere Guardiola, agente e irmão do treinador do Manchester City, ter recebido carta branca para negociar o internacional português. A Premier League é o destino provável de William, com o Everton na frente da corrida.

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Outro dos jogadores que estarão a ser negociados é o médio Rodrigo Battaglia. Depois de uma abordagem do Independiente, a quem foram pedidos 20 milhões de euros pelo passe do argentino (valor proibitivo para qualquer tipo de negociação), alguns clubes europeus tentaram perceber a possibilidade de negócio com o jogador contratado no último Verão pelo Sporting ao Sp. Braga e o Betis estará a preparar uma proposta que consiga convencer os responsáveis verde e brancos. Além de William e Battaglia, as situações de Gelson, Bruno Fernandes, Acuña e Dost também merecem uma atenção especial.

De referir que, este domingo, o Correio da Manhã avança que Bruno Fernandes terá também a carta de rescisão pronta, muito semelhante ao modelo entregue por Patrício e Podence, mas com um outro argumento: o médio juntará à mesma imagens de elementos que pertencerão alegadamente à claque do Sporting numa atitude intimidatória perto da sua casa.

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