“É o momento de pôr o ponto de final. O PP deve avançar com outro líder. É o melhor para o PP, para Espanha e para mim”, disse esta terça-feira Mariano Rajoy, numa reunião do Comité Executivo Nacional do Partido Popular. A demissão de Rajoy é seguida da convocatória de um congresso extraordinário.
ÚLTIMA HORA | Mariano Rajoy anuncia que se va y propone la celebración de un Congreso extraordinario en el partido: "Ha llegado la hora de poner punto y final a esta etapa" https://t.co/o5GnSCimvn pic.twitter.com/npTI5IuNuC
— EL PAÍS (@el_pais) June 5, 2018
Esta é a primeira vez que Rajoy fala publicamente desde a moção de censura que afastou o Partido Popular do Governo espanhol.
Tive o privilégio de ser o vosso presidente durante 14 anos, os melhores da minha vida política.
Ao fim de 37 anos ao serviço daquele que diz ser o “primeiro partido de Espanha”, Rajoy despede-se do PP. “Defendi a minha honra o melhor que pude e também a honra do partido”, disse perante jornalistas, argumentando que tentou sempre “ser justo e proteger o bom nome do partido e a sua trajetória”. “Assumi os meus erros e aqueles que não eram meus e muitas vezes calei-me para não ajudar esta campanha para liquidar a presunção de inocência de muitas pessoas”, continuou.
El @PPopular deja aprobado el mayor paquete de medidas para evitar y luchar contra la corrupción. Endurecimos las sanciones y los controles, y ya no están en nuestras filas quienes no merecen permanecer en ellas. pic.twitter.com/meaUovFPgK
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) June 5, 2018
Rajoy não deixou de referir “os danos enormes” que os casos de corrupção causaram ao partido, admitindo que também ele ficou “escandalizado” com alguns episódios. “Sabemos que o Partido Popular atuou, pediu responsabilidades”, frisou, fazendo também referência ao facto de o PP ter pedido demissões e ter “endurecido leis”.
Adiós, Rajoy. Hola, Sánchez. 8 perguntas e 8 respostas para entender o que se passou em Espanha
O que importa agora é encarar o futuro, continuamos a ser o primeiro partido de Espanha. (…) Vou ficar às ordens de quem vocês escolherem com a lealdade que os meus 40 anos exigem.
Na passada sexta-feira, Mariano Rajoy e o seu governo foram destituídos por 180 votos a favor da moção de censura, superiores aos votos contra (169) e uma abstenção. Pedro Sánchez tornou-se, assim, o Presidente do Governo de Espanha. A moção de censura do passado dia 1 foi a quarta da democracia espanhola e a segunda de Mariano Rajoy.