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Navio com 629 migrantes vai para Espanha

Este artigo tem mais de 5 anos

Depois de Itália e Malta se terem recusado a receber o navio com 629 migrantes, Espanha disse que irá receber a embarcação. "É nossa obrigação ajudar a evitar uma catástrofe humanitária"

O ministro do Interior italiano quer fechar os portos a embarcações com migrantes
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O ministro do Interior italiano quer fechar os portos a embarcações com migrantes

LOUISA GOULIAMAKI/AFP/Getty Images

O ministro do Interior italiano quer fechar os portos a embarcações com migrantes

LOUISA GOULIAMAKI/AFP/Getty Images

Espanha irá acolher o navio Aquarius, com 629 migrantes a bordo — dos quais 123 menores não acompanhados e sete grávidas. “É nossa obrigação ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e oferecer um porto seguro a estas pessoas, cumprindo desta maneira as obrigações do Direito Internacional”, referiu Pedro Sánchez, numa nota divulgada pela Presidência espanhola esta segunda-feira e citada pelo El País.

O “porto seguro” será Valência. “O Governo situará o porto de Valência como o porto seguro para esta operação humanitária que o governo de Espanha vai empreender com a ONU”, disse ainda o presidente da Generalidad Valenciana, Ximo Puig.

O presidente da Câmara de Valência já se tinha oferecido para acolher o navio. “Queremos evitar mais mortes no Mediterrâneo. Por isso pedi à vice-presidente [Mónica Oltra Jarque] que comecemos já a gestão”, lê-se no tweet de Joan Ribó.

Uma noite em alto mar depois de Itália e Malta se recusarem a receber navio

A embarcação passou a primeira noite no mar Mediterrâneo enquanto o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, continuava a fazer finca-pé, depois de Malta se ter recusado a receber o navio.

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“Malta está a cumprir plenamente as suas obrigações internacionais e não vai receber o navio nos seus portos. Continuaremos, quando possível, a fazer retiradas individuais e humanitárias de emergência”, escreveu Joseph Muscat, na sua página de Twitter, este domingo, depois de Salvini e o ministro das Infraestruturas e Transportes, Danilo Toninelli, terem emitido um comunicado em que pediam a Malta para assumir “as suas responsabilidades”, “pela primeira vez desde há muito tempo”.

Para Malta, a questão não se coloca: a responsabilidade é dos italianos, uma vez que as operações de salvamento dos migrantes ocorreram numa zona marítima coordenada por Roma.

Itália recusa desembarque de 629 migrantes e pede a Malta que os acolha

Desde domingo à noite que não há qualquer tipo de comunicações da sala de operações em Roma, refere o jornal italiano La Repubblica. A última instrução que foi dada à embarcação da organização não-governamental (ONG) francesa SOS Mediterrâneo, com pessoal dos Médicos Sem Fronteiras, pelo Centro de Coordenação de Resgate Marítimo italiano foi para se manter na posição em que se encontrava: a 35 milhas náuticas (cerca de 65 quilómetros) de Itália e 27 (cerca de 50) de Malta.

O primeiro-ministro maltês voltou a recorrer à sua página de Twitter para dizer que está “preocupado” com as instruções dadas ao navio pelas autoridades italianas, uma vez que “vão manifestamente contra as regras internacionais e arriscam criar uma situação perigosa para todos os envolvidos”.

Mal acordaram, os migrantes, que passaram a noite uns debaixo do convés e outros ao relento — o Aquarius só tem capacidade para 550 pessoas –, deram logo conta de que o navio não se mexia e, enquanto lhes davam pão e chá, começaram a questionar o que se passava, relata o La Repubblica. Uma vez que a bordo há apenas comida e água para 48 horas, estão dois barcos junto do Aquarius para prestar auxílio tanto a nível médico como alimentar.

Isto porque, apesar de não ninguém ter problemas de saúde graves, estão a bordo pessoas que foram vítimas de tortura e violência durante longos períodos, pelo que apresentam alguns ferimentos e queimaduras.

“Salvar vidas é um dever, transformar a Itália num enorme campo de refugiados não”

Ainda esta manhã, Salvini voltou a dar conta da sua posição a propósito de uma outra embarcação de uma ONG alemã que está “ao largo da costa líbia à espera de fazer o enésimo resgate de imigrantes, obviamente para levar para Itália”.

“Associação alemã, embarcação holandesa, Malta não se mexe, França que rejeita, Europa que não se importa. Salvar vidas é um dever, transformar a Itália num enorme campo de refugiados não. A Itália parou de obedecer e desta vez HÁ QUEM DIGA NÃO”, lê-se na publicação de Facebook, acrescentando o hashtag “#chiudiamoiporti” (“fechemos as portas”).

O ministro das Infraestruturas e Transportes italiano afirmou, esta segunda-feira, que em breve “haverá uma resposta” e que há “víveres para alguns dias” no navio.

Danilo Toninelli, que pertence ao partido antissistema Movimento 5 Estrelas, disse à televisão SkyTg24 que Roma continua à espera “da resposta oficial de Malta” ao pedido italiano para que receba o navio.

“Não nos movemos desde a noite passada, as pessoas começam a questionar-se porque estamos parados”, escreveu hoje de manhã no Twitter a jornalista Annelise Borges, que está a bordo do navio.

#portichiusi vs #umanitàperta

O hashtag “#portichiusi” gerou um outro: “#umanitàperta” (“humanidade aberta”), que foi criado pelo site de informação Valigia Blu, refere o La Repubblica. Personalidades italianas e anónimos já utilizaram este hashtag nas redes sociais para expressarem solidariedade para com os migrantes e criticarem a atitude de Salvini. “Se há quem tenha a coragem de fazer ativismo hashtag na pele de seres humanos devemos opor #portichiusi com #umanitàperta.”

“Sobre Salvini não tinha qualquer esperança, mas sobre si, ministro Toninelli, pensava que fosse — ao menos — uma boa pessoa. E vocês, mulheres e homens que levaram o M5S [Movimento 5 Estrelas] ao governo, querem isto? Ser a roda sobresselente de um partido xenófobo?”, lê-se num tweet de Roberto Saviano, jornalista e autor do livro “Gomorra”.

“O porto de Nápoles está pronto para acolher”

Mas se Salvini quer fechar os portos italianos a embarcações com migrantes, vários presidentes de câmara italianos mostraram-se disponíveis para acolher o Aquarius, como por exemplo os de Messina, Palermo, Régio da Calábria e Nápoles.

“Se um ministro sem coração deixa morrer mulheres grávidas, crianças, idosos, seres humanos, o porto de Nápoles está pronto para acolher. Nós somos humanos, com um coração grande. Nápoles está pronta, sem dinheiro, para salvar vidas humanas”, escreveu o autarca de Nápoles, Luigi de Magistris‏, no Twitter.

“O nosso coração e grande, maior do que aqueles que querem especular sem um pingo de humanidade. Nós continuamos humanos”, referiu o presidente da Câmara de Régio da Calábria, Giuseppe Falcomatà, acrescentando que a “estratégia não pode ser a de fechar as portas sem critério”.

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