O Presidente dos EUA anunciou a aplicação de tarifas de 25% em vários bens tecnológicos fabricados na China, levando ainda mais a fundo a guerra comercial de Washington D.C. contra Pequim. A China, entretanto, já anunciou que vai retaliar, esperando-se que aumente as tarifas em determinados produtos específicos das comunidades mais rurais e industriais, onde Trump tem a maior base de apoio.

As tarifas de 25% deverão aplicar-se a um total de 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) de importações chinesas para os EUA. A medida, divulgada esta sexta-feira, é anunciada como uma maneira de fazer frente ao programa “Made in China 2025”, um protocolo do governo chinês que visa aumentar a produção de bens de alta tecnologia naquele país.

O Ministério do Comércio chinês apressou-se logo a responder, dizendo que a resposta do Governo chinês vai ser “na mesma escala e com a mesma força”.

Até agora, os EUA aplicavam tarifas a aproximadamente 3,5 mil milhões de dólares (3 mil milhões de euros) de importações dos EUA. Com esta nova medida, a fasquia sobe para perto dos 58,5 mil milhões de dólares, fazendo da China o país que mais é atingido pelas tarifas norte-americanas. Antes deste anúncio, era o Canadá o mais afetado (aproximadamente 12 mil milhões de dólares de importações) e depois a totalidade dos países da União Europeia (cerca de 8 mil milhões de dólares).

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“A China tem, por exemplo, atuado com várias práticas injustas relacionadas com a aquisição de propriedade intelectual e tecnologia americanas”, lê-se na nota divulgada pela Casa Branca. Mais à frente, é referido também o “o roubo de propriedade intelectual” da China contra empresas norte-americanas.

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“Estas tarifas são essenciais para prevenir mais transferências injustas de tecnologia e propriedade intelectual dos EUA para a China, o que vai proteger empregos americanos. Além disso, vai servir como um primeiro passo para equilibrar as relações comerciais entre os EUA e a China”, lê-se naquele comunicado.

Donald Trump deixa ainda o aviso de que serão aplicadas “tarifas adicionais” no caso de a China ativar “medidas retaliatórias, tais como a imposição de tarifas sobre bens norte-americanos, serviços ou produtos agrícolas”. E é precisamente isso que o governo chinês se prepara para fazer. Numa primeira reação à intenção norte-americana, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, deu logo a entender que iria haver retaliação.

“Quero reiterar que, se os EUA adotarem medidas unilaterais protecionistas e atingirem os interesses da China, iremos responder à altura e tomar as medidas necessárias para assegurar os nossos direitos e interesses legítimos”, dizia.