A Osteria Francescana é o novo melhor restaurante do mundo segundo a listagem do The World’s 50 Best Restaurants (W50BR). O chef Massimo Bottura passa a ocupar o lugar de Daniel Humm, o líder do nova-iorquino Eleven Madison Park (que caiu para a quarta posição) e vencedor do ano passado. O lendário Joan Roca e os seus irmãos, Jordi e Josep, ficaram em segundo lugar com o El Celler de Can Roca. Mauro Colagreco e o seu Mirazur fecham o pódio na terceira posição.
O Euskalduna Jauregia Bilbao, o grande centro de congressos da cidade basca, foi o palco da gala de apresentação da nova lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. O ambiente de festa começou ainda antes dos mais de 1000 convidados (é a maior edição de sempre desta gala) entrarem no imponente auditório onde tudo aconteceu.
Havia muita expectativa sobre o que poderia acontecer, se bem que muitos já falavam numa quase certa mudança no número 1 — mudança que se verificou. Feitas as contas, Osteria Francescana, El Celler de Can Roca e Mirazur compõem o pódio desta nova lista do The World’s 50 Best Restaurants. Estes são os restaurantes que completam o top 10:
5º – Gaggan, Banguecoque, Tailândia (do chef Gaggan Anand, é oficialmente o melhor restaurante da Ásia)
6º – Central, Lima, Peru (do chef Virgilio Martinez, é o melhor restaurante da América Latina)
7º – Maido, Lima, Peru (do chef Mitsuharu ‘Micha’ Tsumura)
8º – Arpège, Paris, França (do chef Alain Passard)
9º – Mugaritz, San Sebastian, Espanha (do chef Andoni Aduriz)
10º – Assador Etxebari, Axpe, Espanha (do chef Victor Arguinzoniz)
Na conferência de imprensa que se realizou logo após a cerimónia, Massimo Bottura — que entrou na sala a gritar “Buona Sera!” — admitiu não ter conseguido “absorver tudo” porque é uma “sensação tão incrível”. Destacando todos os seus colegas e companheiros da lista, Bottura realçou que o mais importante “é o trabalho que todos nós estamos a fazer em conjunto” pois “está a mudar o mundo, tenho a certeza!”
“A Osteria é hoje um restaurante melhor do que era há dois anos”, afirmou o chef respondendo a uma questão do público. O espaço que gere e lidera em Modena alcançou o primeiro lugar do “50 Best” em 2016, altura que coincidiu com a estreia do primeiro episódio da série Chef’s Table, que era protagonizado pelo italiano. “A equipa está mais forte, estamos ainda mais unidos e isso sente-se. Aliás, muitos de vocês [referindo-se aos jornalistas] já lá foram mais que uma vez e sabem disso!”
O italiano, que já é famoso pela forma apaixonada como interage com a comida, afirmou que vai “aproveitar o destaque que esta vitória me dá” para conseguir “chegar ainda mais longe”, “fazer ainda mais”, em áreas como “a sustentabilidade”e a “integração”. Uma das revelações que fez logo a seguir foi a de que vai inaugurar um novo projeto em breve, em Modena, inspirado “no seu filho especial”, que pretende “juntar todos os meninos especiais como ele e fazer uma grande escola onde todos eles aprendam a fazer lasanha e tortellinis”.
A visibilidade que ganhou nos últimos anos, afirmou, mudou a sua vida — “no outro dia estava a cozinhar num evento e o Henry Kissinger veio pedir para tirar uma selfie comigo! Já viram o quão louco isso é?” — e mudou a sua cidade de Modena. “Não havia turismo nenhum e de repente começo a ver autocarros de turistas a pararem ao pé do restaurante só para ir tirar uma foto, é incrível! Estou eternamente agradecido!”
Fui ao melhor restaurante do mundo e não gostei das lentilhas
A noite ficou marcada por outros prémios individuais que também foram entregues, entre eles destacam-se o Chef of Chef’s, distinção que é atribuída por votos de cozinheiros e foi parar às mãos do norte-americano Dan Barber; o de Melhor Chef Feminina, entregue à britânica Clare Smyth; o Prémio Carreira foi entregue ao peruano Gastón Acurio e, finalmente, a distinção de Melhor Chef Pasteleiro foi para o francês Cédric Grolet.
Esta é a lista final do The World’s 50 Best Restaurants 2018:
- 1º Osteria Francescana, Modena, Itália
- 2º Celler de Can Roca, Girona, Espanha
- 3º Mirazur, Menton, França
- 4º Eleven Madison Park, Nova Iorque, EUA
- 5º Gaggan, Banguecoque, Tailândia (Melhor restaurante da Ásia)
- 6º Central, Lima, Peru (Melhor restaurante da América do Sul)
- 7º Maido, Lima, Peru
- 8º Arpège, Paris, França
- 9º Mugaritz, San Sebastian, Espanha
- 10º Asador Etxebarri, Axpe, Espanha
- 11º Quintonil, Cidade do México, México
- 12º Blue Hill at Stone Barns, Pocantico Hills, EUA
- 13º Pujol, Cidade do México, México
- 14º Steirereck, Viena, Áustria
- 15º White Rabbit, Moscovo, Rússia
- 16º Piazza Duomo, Alba, Itália
- 17º Den, Tóquio, (foi o restaurante que mais posições subiu, em 2017 estava em 45º)
- 18º Desfrutar, Barcelona, Espanha (O prémio para melhor entrada no ranking)
- 19º Geranium, Copenhaga, Dinamarca
- 20º Attica, Melbourne, Austrália (o melhor restaurante da Australásia)
- 21º Alain Ducasse au Plaza Athénée, Paris, França
- 22º Narisawa, Tóquio, Japão
- 23º Le Calandre, Rubano, Itália
- 24º Ultraviolet by Paul Pairet, Singapura
- 25º Cosme, Nova Iorque, EUA
- 26º Le Bernardin, Nova Iorque, EUA
- 27º Boragó, Santiago, Chile
- 28º Odette, Singapura
- 29º Alléno Paris au Pavillon Ledoyen, Paris, França
- 30º DOM, São Paulo, Brasil
- 31º Azak, San Sebastian, Espanha
- 32º Tickets, Barcelona, Espanha
- 33º The Clove Club, Londres, Inglaterra
- 34º Alinea, Chicago, EUA
- 35º Maaemo, Oslo, Noruega
- 36º Reale, Castel di Sangro, Itália
- 37º Tim Raue, Berlim, Alemanha
- 38º Lyle’s, Londres, Inglaterra
- 39º Astrid & Gaston, Lima, Peru
- 40º Septime, Paris, França
- 41º Nihonryori Ryugin, Tóquio, Japão
- 42º The Ledbury, Londres, Inglaterra
- 43º Azurmendi (ganhou o prémio de restaurante sustentável do ano)
- 44º Mikla, Istambul, Turquia
- 45º Dinner by Blumenthal, Londres, Inglaterra
- 46º Saison, São Francisco, EUA
- 47º Schloss Schauenstein, Furstenau, Suiça
- 48º Hisa Franko, Kobarid, Eslovénia
- 49º Nahm, Banguecoque, Tailândia
- 50º Test Kitchen, Cape Town, África do Sul