Os dois detidos pela alegada “tentativa de subversão da ordem constitucional” em São Tomé e Príncipe, conforme anunciado quinta-feira pelas autoridades, foram libertados esta sexta-feira e sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência, disse à Lusa fonte judicial.
A decisão da libertação dos detidos Gaudêncio Costa e Ajax Manegem foi da responsabilidade do juiz de Primeira Instância, Francisco Silva.
O Governo são-tomense anunciou na quinta-feira as detenções de Gaudêncio Costa, antigo ministro da Agricultura e deputado do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social democrata (MLSTP-PSD), maior partido da oposição, e de um sargento das Forças Armadas, Ajax Managem, por suspeita de envolvimento numa “tentativa de subversão da ordem constitucional”.
São Tomé. Pessoas que desempenharam altos cargos envolvidas na tentativa de subversão
Esta sexta-feira, em entrevista telefónica a Lusa, o chefe do Governo, Patrice Trovoada, acusou-os de pretender “interromper o funcionamento regular da ordem constitucional” visando, designadamente, o assassínio do primeiro-ministro, com o envolvimento de pessoas que “já desempenharam altos cargos no país”.
“Os elementos recolhidos até então pelos serviços revelam para além da premeditação, uma forte determinação na execução dos seus desígnios, cumplicidades nacionais e estrangeiras, cabendo agora ao Ministério Publico e a Polícia Judiciaria esclarecer”, indicou o Governo no comunicado divulgado quinta-feira e lido pelo ministro da Defesa e Administração Interna, Arlindo Ramos.
A fonte judicial contactada pela Lusa acrescentou que o juiz Francisco Silva considerou não haver provas para aplicar a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.