O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse esta sexta-feira que o objetivo do grupo que queria “interromper o funcionamento regular da ordem constitucional” era assassiná-lo num ato público e que estarão envolvidas pessoas que “já desempenharam altos cargos no país”.

O Governo são-tomense anunciou na quinta-feira que foram detidos Gaudêncio Costa, antigo ministro da Agricultura e deputado do principal partido da oposição, e um sargento das Forças Armadas, Ajax Managem, por suspeita de envolvimento numa “tentativa de subversão da ordem constitucional”.

Tivemos que agir no sentido de travar um plano que visava numa primeira fase a eliminação física do primeiro-ministro numa cerimónia pública efetuada por um ‘sniper’ ajudado por outro elemento”, para “criar condições para que depois o acesso ao poder de um grupo político fosse mais facilitado”, acusou o chefe do Governo, em declarações à Lusa por telefone a partir de São Tomé.

Referindo que os serviços de segurança do Estado têm provas deste plano, nomeadamente gravações do deputado detido, Patrice Trovoada disse que estas provas foram apresentadas à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Judiciária” para “travar o plano que deveria ser executado até ao final do mês de junho”.

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Dois detidos por “tentativa de subversão da ordem constitucional” em São Tomé e Príncipe

Questionado sobre o silêncio da comunidade internacional em relação a este caso, nomeadamente organizações que São Tomé e Príncipe integra, o primeiro-ministro referiu que recebeu “chamadas de alguns amigos com responsabilidades”, mas que não está “minimamente preocupado” com a falta de posição internacional sobre o assunto.

Não me manifesta estranheza nenhuma porque é um acontecimento recente, as pessoas têm que saber um pouco mais aquilo que se passa, não estou minimamente preocupado com isso”, disse. “O que é fundamental para mim é eu poder agir na defesa das instituições democráticas, estamos a três meses das eleições e ninguém pode retirar ao povo o seu direito de escolha”, acrescentou, acusando os autores deste alegado plano de pretenderem evitar a realização de eleições.