Pedro Santana Lopes está de saída do PSD e estará a preparar um novo partido político. Em entrevista à revista Visão, o recém derrotado na corrida à liderança dos sociais-democratas diz que “acabou” o tempo da sua “intervenção política no PSD”.

“Acabou mesmo”, sublinha Santana Lopes, insistindo na ideia para que não fiquem dúvidas de que é mesmo uma saída definitiva. “Deixámos de viver juntos”, diz sobre a sua relação atual com o PSD. “O PPD começa a estar farto de aturar o PSD”, desabafa, na entrevista à Visão.

O futuro não deixa, no entanto, de ter um “vou andar por aí” associado. Ou seja, não é o fim da intervenção política do antigo primeiro-ministro. Santana estuda a criação de “uma nova organização partidária” em que possa “ter a intervenção política” para que ainda se mostra disponível.

“Não desisti nem desisto de lutar pelo meu país, isso não desisto”, diz, num ambiente informal em que decorreram as cerca de duas horas de entrevista. É uma mudança de direção da agulha apenas cinco meses e meio depois de ter perdido as eleições para a presidência do PSD para Rui Rio, com 45,63% dos votos.

A eventual criação de um novo partido não é, por isso, tema indiferente ao PSD. Não é possível fazer uma ligação imediata entre a quase metade de votos que Santana Lopes arrecadou entre os sociais-democratas que participaram nas eleições de janeiro e uma saída em massa de militantes da São Caetano à Lapa para a nova força política que pudesse vir a ser criada. Mas esse novo partido poderá ter impacto na vida interna do PSD.

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