Portugal é o quarto país da Europa onde as famílias assumem uma maior quantidade de gastos com a frequência do Ensino Superior, assumindo 56% dos gastos totais. À frente só estão apenas a Geórgia, a Irlanda e a Sérvia. A conclusão é retirada de um estudo do Eurostudent, recentemente publicado, onde se avaliam as condições sócio-económicas da vida dos estudantes europeus.

Diretamente relacionada com o elevado contributo das famílias nacionais para os cursos do Ensino Superior está o facto de os estudantes portugueses estarem entre os que saem mais tarde de casa dos país: 49% vive com os pais durante a licenciatura ou mestrado, um valor superior à média europeia (36%). Malta, Itália e Geórgia são os países com maior percentagem de jovens que vivem com os pais na altura da faculdade — 73%, 69% e 65%, respetivamente.

Em declarações ao jornal Público, Luísa Cerdeira, professora da Universidade de Lisboa, diz que “as famílias da Europa do Sul têm uma noção da responsabilidade sobre os seus filhos que se prolonga até que terminem a formação e arranjem um emprego. Nas famílias anglo-saxónicas esta termina quando atingem a maioridade”.

O Eurostudent indica também que Portugal é dos países onde a diferença dos custos com habitação entre a capital e as cidades mais pequenas é mais visível. De todos os custos, a habitação e a alimentação são os que ocupam a maior fatia. Em Lisboa os números são superiores às restantes cidades portuguesas: os estudantes que não vivem com os pais na cidade têm despesas com o alojamento 125 euros superiores aos colegas de outras cidades mais pequenas. O mesmo acontece com a alimentação.

No estudo estiveram envolvidos 28 países, incluindo a Turquia, a Geórgia ou a Albânia, que não fazem parte da União Europeia.

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