Angola irá assumir a próxima presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a partir de 2020, anunciou esta quarta-feira o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. Fica assim afastada a hipótese de a Guiné-Equatorial presidir o organismo daqui a dois anos.

O anúncio foi feito por Jorge Carlos Fonseca numa sessão à porta fechada da XII Cimeira da CPLP, que decorre em Santa Maria, na ilha do Sal, Cabo Verde, e foi tomada por unanimidade, disse à Lusa fonte diplomática.

Cabo Verde assumiu nesta cimeira a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo ao Brasil.

O Presidente cabo-verdiano anunciou que Angola irá assumir a presidência no biénio seguinte e acolher a cimeira de 2020.

Embaixador Francisco Ribeiro Telles eleito próximo secretário executivo

O embaixador Francisco Ribeiro Telles, candidato português ao cargo de secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi eleito para um mandato de dois anos, com início em 2019.

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Os Estados-membros “elegeram o Embaixador Francisco Ribeiro Telles, indicado pela República Portuguesa, para o cargo de secretário executivo da CPLP, para um mandato de dois anos, de 01 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2020”, lê-se no texto. Francisco Ribeiro Telles irá suceder à são-tomense Maria do Carmo Silveira, cujo mandato termina no final deste ano.

António Guterres distinguido pela sua “atuação singular”

Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) atribuíram um prémio ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pela sua “atuação singular” em defesa dos valores da comunidade lusófona e da língua portuguesa.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) é premiado pela sua “atuação singular, com projeção internacional, na defesa e promoção dos princípios e valores da CPLP, bem como pelo elevado contributo na promoção e difusão da língua portuguesa”.

António Guterres esteve presente na anterior cimeira da CPLP, realizada em Brasília, em novembro de 2016. Na altura, o antigo primeiro-ministro português era presidente-eleito da ONU, cargo que assumiu em 1 de janeiro do ano seguinte.

Aprovada recomendação de “esforços para implementação do Acordo Ortográfico”

A Declaração de Santa Maria inclui uma recomendação para “o desenvolvimento de esforços para a implementação do Acordo Ortográfico”. No texto

lê-se que os Estados-membros “recomendaram o desenvolvimento de esforços para a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, instando à sua ratificação e ao estabelecimento de formas de cooperação efetiva para a elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais (VON)”.

Por outro lado, os nove Estados-membros “tomaram nota, com satisfação, da dinâmica desenvolvida pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), assumindo-se, cada vez mais, como uma instituição de caráter multilateral e fórum de planeamento e coordenação de projetos ligados ao fortalecimento da Língua Portuguesa”.

Neste plano, “expressaram o seu reconhecimento pelos significativos avanços dos projetos ‘Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC)’ e ‘Portal do Professor de Português língua estrangeira/língua não materna (PPPLE)’, sob responsabilidade do IILP”.

Ainda no que respeita ao ILLP, “reconheceram os esforços desenvolvidos” por este instituto “na articulação com os Observadores Associados”.

Criada há 22 anos, a CPLP tem atualmente nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.