Samuele, de oito anos, viajava com os pais quando a ponte Morandi, em Génova, cedeu e desabou, levando para o abismo dezenas de veículos ligeiros e os seus condutores. Samuele é uma de três crianças que perderam a vida no acidente de terça-feira e uma das 39 vítimas mortais — o balanço continua a ser provisório e poderá sofrer alterações à medida que as operações das equipas de resgate continuam. Há ainda 12 feridos em estado grave e um número indefinido de desaparecidos. Entre as vítimas do colapso da ponte, já foi possível identificar 26.
A família que morreu junta
Uma família de três, que seguia no carro com destino à Sardenha, perdeu a vida na sequência do acidente. Mãe, pai e filho morreram juntos. Samuele, Ersilia Piccinino e Roberto Robbiano caíram de uma altura superior a 40 metros. Diz o Corriere della Sera que não tiveram escapatória possível. Enquanto retiravam os corpos dos escombros, os socorristas deram conta de um telemóvel, no interior da viatura, que tocou: no ecrã do aparelho apareceu escrito “mamma” — talvez fosse a mãe de Ersilia ou de Roberto a ligar para garantir a segurança da família. No veículo destruído na queda do viaduto, as equipas de resgate encontraram ainda um chapéu de praia embrulhado em papel celofane, um balde e uma pá, acrescenta o jornal La Stampa.
Roberto Robbiano and his wife Ersilia Piccinino pictures,died when a bridge collapsed in Italy https://t.co/CSgtTnlpiJ pic.twitter.com/Ylyfgp8FDB
— infowe (@infowe) August 15, 2018
Luigi Matti Altadonna, de 35 anos, foi uma das primeiras vítimas mortais a ser encontrada pelos socorristas. Luigi, natural da província de Curinga, deslocava-se para o trabalho com um colega quando tudo aconteceu. O segundo ocupante do veículo, Gianluca Ardini, escapou com vida.
Elisa Bozzo, de 34 anos, seguia no seu Opel preto no momento do acidente. Foram os amigos que lançaram o apelo nas redes sociais assim que se aparceberam do seu desaparecimento. Não a voltaram a ver com vida.
Elisa Bozzo, morta a 34 anni sul ponte crollato. Gli amici la cercavano su Facebook: «Ti prego dai un cenno di vita» https://t.co/Rqi2R0gdjB
— Pupezza (@pupezza1) August 15, 2018
Os trabalhadores debaixo da ponte
Os colegas Bruno Casagrande e Mirko Vicini, trabalhadores de uma empresa ambiental municipal, estavam a trabalhar no interior de uma carrinha, escreve o Corriere della Sera, quando o viaduto desabou. O corpo do primeiro foi encontrado entre os escombros. Vicini continua desaparecido.
Alessandro Campora, de 46 anos, terá tido um destino semelhante, ele que trabalhava para uma empresa privada e estaria também localizado debaixo do viaduto.
Mirko Vicini e Bruno Casagrande, travolti dal pilone del ponte mentre lavoravano: i precari appena assunti https://t.co/YSQuZbMBlM @leggoit
— Leggo (@leggoit) August 15, 2018
Os namorados
Stella Boccia, de apenas 24 anos, também morreu aquando do desmoronamento do viaduto. Era de Monte San Savino, na Toscânia, e era conhecida em Arezzo, região de onde provinha e onde os pais têm três restaurantes. Ao que tudo indica, Stella morreu na companhia do namorado de origem dominicana, Carlos Jesus Truillo. Na sequência do trágico acidente, os pais escreveram uma nota de pesar na página de Facebook da filha: “Um pedaço do nosso coração ficou sob os escombros da ponte em Génova”.
Marta Danisi, de 29 anos, e Alberto Fanfani, de 32, também morreram juntos. O casal de namorados seguia na ponte quando esta desabou. Ela era uma enfermeira natural de Sant’Agata di Militello e trabalhava num hospital na província italiana de Alexandria. Ele era de Florença e anestesista num hospital em Pisa.
#genova #pontemorandi #stragediferragosto #martadanisi #papafrancescohttps://t.co/6ss7A6kOic
— Valentino da Misilmeri (@ValentinoSucato) August 15, 2018
O jogador de futebol
Andrea Cerulli, de 48 anos, era jogador de futebol amador no Genoa Club Portuali Voltri. O pai de uma criança pequena também ficou debaixo da ponte. O clube de futebol deixou-lhe uma homenagem escrita, referindo-se a Cerulli como “amigo e colega”.
Os chilenos, os franceses e os albaneses
Os chilenos Juan Carlos Pastenes, chef de 64 anos, e a sua mulher, Nora Rivera, também perderam a vida na terça-feira. Estavam na Itália há mais de três décadas. Juan Figueroa, de 60 anos, foi o terceiro chileno a morrer na sequência do trágico desmoronamento, cujas responsabilidades ainda estão por apurar.
Entre as vítimas mortais estão também três jovens franceses que seguiam juntos no carro. Nathan Gusman, Melissa Artus e Axelle Nemati Alizee Plaze, com idades compreendidas entre os 20 e os 22 anos, foram identificados através de um brinco e de uma pulseira. O destino da viagem, que ficou por concluir, era Sardenha.
Há ainda dois homens de origem albanesa entre o número de mortos, que pode vir a crescer ao longo do dia: Marius Djerri tinha apenas 22 anos e seguia no carro com o colega Edy Bokrina. Ambos os corpos foram retirados dos escombros na presença de familiares.
Os quatro amigos
A ideia inicial era entrar de férias a bordo de um avião. Em vez disso, os quatro amigos optaram por uma espécie de road trip, rumo a Nice e a Barcelona, escreve o Corriere della Sera. Mas Matteo Bentornati, Giovanni Battiloro, Gerardo Esposito e Antonio Stanzione acabaram por perder a vida na terça-feira. Tinha pouco mais de 20 anos. O último telefonema para a família foi pelas 11h, quando disseram “Estamos a chegar a Génova”.
O camionista
O camionista Gennaro Sarnataro, de 43 anos, estava de regresso a casa quando a ponte desabou. Era pai de duas crianças.
A lista continua
Franceso Bello, de 41 anos, que seguia no interior de um Audi A3, Andrea Cerulli, de 48, Giorgio Donaggio, empresário de Savona, Vincenzo Licata, 58 anos, e Gianluca Arpini, de 29, são nomes que o jornal La Stampa acrescenta à lista de vítimas mortais. Há ainda uma família composta por quatro pessoas, natural de Pinerolo, cujos nomes ainda não foram divulgados.