É o primeiro restaurante de Henrique Sá Pessoa no Porto e, apesar de ainda não ter aberto oficialmente, as noites têm sido de casa cheia. O Tapisco, que abriu em Lisboa há ano e meio e que, nas palavras do chef, “junta o melhor da cozinha espanhola com os clássicos da cozinha portuguesa” instalou-se no número 165 da Rua de Mouzinho da Silveira, no final de agosto, e está, para já, a servir jantares a partir das 19h.
À entrada, o frenesim da cozinha aberta, rodeada por um balcão. Um patamar abaixo, uma sala acolhedora, retro, como que teletransportada dos anos 70, revestida de azulejos da cor do vinho e espelhos e com rasgadas janelas viradas para uma das mais movimentadas ruas da Baixa do Porto. Não é, por isso, surpresa que a maioria dos clientes que o restaurante tem recebido seja turista – acima da música popular brasileira de fundo, levanta-se tão alto o inglês como o português.
Estrangeiro ou portuense, o melhor é ir acompanhado e com vontade de petiscar do prato próprio e do alheio – até porque a partilha de iguarias é incentivada e as doses dos “Tapiscos” são generosas. A carta, que chegou ao Porto com seis novidades, “agrada a gregos e troianos” e adequa-se a todos os (grandes ou pequenos) apetites, garantiu Sá Pessoa ao Observador: “Dá para quem quer beber um copo e comer um croquete, dá para quem quer jantar e comer um prato mais consistente, dá para quem quer petiscar algo, dá para quem quer comer um prato leve ao almoço.”
Comecemos pelos petiscos: tal como em Lisboa, o delicado e fresco Tártaro de Atum com abacate e “ovas” de wasabi (17€) e o La Bomba (8€) – puré de batata recheado com guisado de alheira e carne com maionese de alho e molho picante da casa – têm-se mantido como favoritos. Nos pratos principais a história é outra. A carta portuense traz novidades com sotaque nortenho – e são essas que mais têm chamado a atenção dos visitantes –, como o Polvo à Lagareiro com batatinha assada (18€), a Posta Minhota Galega (23€) e as Tripas à moda do Porto (17€).
Consensual permanece o Bacalhau à Brás com gema confitada (15€), que “é sempre um best-seller em qualquer parte do país, favorito dos estrangeiros e, particularmente, dos brasileiros”, adianta Sá Pessoa. Pessoalmente, o chef inclina-se mais para o Prego de Choco Frito com maionese de coentros e lima (12€), que lhe “enche as medidas”, e destaca os pratos de jamón, feitos com “um dos melhores presuntos de Espanha”. Para acompanhar, chá gelado, um vinho ou um dos famosos cocktails de assinatura com vermute (10€). E, antes de fechar a refeição – que se quer demorada – vale a pena provar a nova sobremesa de Morangos com bolo de azeite e sabayon de vinho do Porto (6€), a mais pedida até à data.
Tal como já havia feito em Lisboa, o Tapisco promete “boa cozinha, bom ambiente, serviço simpático e descontraído”, explica o chef. Mas, desta vez, com mais espaço. A procura de casa foi demorada – Sá Pessoa admitiu que já queria abrir um espaço no Porto “há algum tempo”, mas faltava encontrar a localização certa. Valeu a pena. Para lá da localização central, o restaurante portuense tem lotação de 59 lugares (9 deles ao balcão), o dobro do espaço a sul.
Para já, a contratação de pessoal e formação de equipas ainda está a decorrer, pelo que o horário do restaurante é restrito. Mas espera-se que, no início de outubro, o Tapisco comece a funcionar plenamente entre as 12h e a 00h.
Tapisco
Rua de Mouzinho da Silveira, 165, Porto
Das 19h às 24h (não fecha)
222 080 783
25€ por pessoa (preço médio)