Emmanuel Macron está no centro de mais uma polémica, depois de ter sido fotografado na Ilha de São Martinho, nas Antilhas francesas, ao lado de dois jovens ambos a fazerem gestos obscenos com as mãos. A imagem está a correr as redes sociais e a causar desconforto junto de alguns setores da sociedade francesa, nomeadamente dos seus adversários políticos, que questionam a postura pouco presidencial de Macron.

Desde que chegou ao Eliseu, o presidente francês tem sido atacado pelo seu modelo algo distante, levando mesmo a que fosse chamado de Presidente Júpiter. Ora, nos últimos tempos, e face à queda de popularidade que tem sofrido, Macron tem tentado fintar as críticas e estar mais perto das massas. Foi o que fez nesta visita às Antilhas, um ano depois do furacão Irma. O presidente foi muito requisitado pelos populares, acedendo mesmo a tirar fotografias quando foi solicitado para tal.

Mas uma delas correu mal. Na imagem, Macron surge sorridente ao lado de dois jovens de ascendência africana. Provavelmente não terá reparado que um deles, em tronco nu, levantava o dedo do meio, enquanto o outro, de boné ao contrário e fio de ouro, erguia os dedos mindinho e indicador.

Um destes jovens tinha acabado de sair da prisão, como explicou ao próprio presidente durante a visita. “Sou assaltante, saí da prisão”, disse a Macron, em imagens difundidas pelo próprio Eliseu. Macron disse-lhe, em tom paternal: “Faz falta um trabalho para reconstruir. Os jovens como tu… Tu estás a caminho, faz falta que trabalhes nisso. Não podes continuar assim e não podes voltar a fazer estas tolices. Acabaram-se os roubos. Disseste-o. Não te esqueças. A tua mãe merece melhor”, disse-lhe Macron.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre os principais críticos da fotografia do presidente está Marine Le Pen — candidata derrotada por Macron na corrida ao Eliseu. A ex-líder do partido conservador Frente Nacional (entretanto nomeado de Reagrupamento Nacional) partilhou a imagem nas redes sociais. “Não encontramos palavras para expressar a nossa indignação. A França não merece isto, sem dúvida. É imperdoável”, escreveu.

“O cargo está cada vez mais danificado pelos golpes desesperados de comunicação de Macron. A França merece mais do que este ‘music hall’ presidencial”, escreveu também Gilbert Collard, deputado do Reagrupamento Nacional.