“Eu deixei tudo nas mãos dela”. Francisco D’Eça Leal tinha 21 anos quando herdou uma fortuna do pai, o artista plástico Paulo Guilherme D’Eça Leal, avaliada em cerca de um milhão de euros, incluindo quatro apartamentos em Campo de Ourique. Hoje, está praticamente sem nada e é o protagonista do mais recente episódio do programa de informação da SIC, Vidas Suspensas, onde acusa Maria Leal, nome artístico de Elisabete Rodrigues, de ter sido a responsável pela situação em que se encontra. A artista já reagiu e disse que foi “difamada de forma gratuita em horário nobre”.
Na investigação levada a cabo pela jornalista Sofia Pinto Coelho, Francisco contou a sua história com Maria Leal, desde o dia em que foram apresentados pela sua antiga babysitter ao momento em que descobre que Maria Leal se terá aproveitado dele para gastar grande parte da herança que recebeu, estando o caso agora entregue à justiça.
“Aproveitou-se de mim e eu fiquei cego por causa do amor. Fazia tudo o que ela queria”, disse Francisco D’Eça na investigação. Em 2013, quando tinha 24 anos e Maria Leal 44 (apesar de Francisco pensar que ela tinha 33), casaram-se pelo registo civil e a performer passou a ter acesso à sua conta bancária, ainda que fosse apenas para ser utilizada “em alguma eventualidade”.
Maria Leal, segundo as declarações de Francisco, terá utilizado o dinheiro na compra de “roupas, joias, relógios, perfumes, cosmética, sapatos, viagens e discotecas”. Em quatro anos, foram gastos quase 100 mil euros só nestas compras e os apartamentos que Francisco herdou (com exceção do apartamento onde vive atualmente) foram todos vendidos por um valor inferior ao preço de mercado e revendidos mais tarde.
Francisco, que aos 18 anos teve o primeiro surto de esquizofrenia e sofreu, posteriormente, um acidente no hospital psiquiátrico onde estava internado, disse que não verificava as suas contas por confiar em Maria Leal, tendo até assinado autorizações sem as ler. Aos poucos, conta, também se foi afastando da mãe e cortou relações com amigos devido ao casamento que mantinha com a artista.
Cortei relações com os meus amigos e com a minha mãe. Ela dizia que se ia embora se eu não fizesse o que ela queria, que iria ficar entregue à minha mãe e que depois a minha mãe me ia tirar tudo”, revela Francisco.
Segundo antigos funcionários ouvidos pela SIC, Maria Leal nunca falou a ninguém da sua relação com Francisco, tendo até mentido e dito que era seu primo e que “era solteira e não tinha filhos”, chegando a identificar-se como “jornalista da TVI”. A segunda parte da investigação vai ser transmitida na próxima semana.
Maria Leal defende-se e avança para tribunal
Depois da primeira parte da reportagem da SIC, Maria Leal recorreu às redes sociais para responder às acusações de que foi alvo, considerando que se trata de uma “difamação clara” por parte de Francisco, “que continua ávido de protagonismo”, e afirmando que vai intentar “as respetivas ações judiciais”.
“Quanto aos meus fãs, eles conhecem-me, sabem quem eu sou, assim como familiares e amigos e sei que não me irão virar as costas neste momento em que fui difamada de forma gratuita em horário nobre”, acrescentou Maria Leal.