A Nissan foi a primeira a apostar nos veículos eléctricos alimentados por bateria de forma viável. Logo na primeira geração, propôs um modelo habitável, com dimensões típicas do segmento C, mas ainda assim acessível. É claro que a explosão das vendas só aconteceria com a segunda geração, aquela que agora está à venda e que lidera o mercado europeu, sendo o segundo mais vendido ao nível mundial, com o fabricante japonês a admitir que vendeu mais nos últimos sete meses do que nos primeiros sete anos da primeira geração.

Se o Leaf com bateria de 41 kWh, capaz de uma autonomia de 270 km em WLTP e proposto por valores a partir de 33.400€ é uma das melhores propostas do segmento, o construtor nipónico está consciente que vem aí uma concorrência cada vez mais forte, com a chegada do novo Renault Zoe, do Kia e-Niro, em 2019, e o novo VW I.D. Neo, em 2020. Entre outros argumentos, os adversários vão fazer elevar as expectativas em termos de autonomia, o que vai levar a Nissan a passar a propor, como aliás estava previsto, um Leaf com uma capacidade de 60 kWh. Isto elevará a autonomia para 395 km, um valor substancialmente mais interessante, mesmo para aqueles que não são fãs de carros a bateria.

Alex Bernstein, um especialista em preços da CarsDirect, já terá visto os preçários do novo Leaf com acumulador king size, o que lhe permitiu concluir que será competitivo. O técnico da empresa de Los Angeles afirma mesmo que será mais barato nos EUA do que o Chevrolet Bolt (36.620$) e em linha com o Tesla Model 3 com a bateria mais pequena (50 kWh), que deverá começar a ser entregue aos clientes a partir do início de 2019, por 35.000$. Segundo Bernstein, o Leaf com 60 kWh custará mais 4.800€ (cerca de 5.500$) do que o seu parente com apenas 41 kWh, o que coloca o seu preço no mercado americano nos 35.400$, o que na Europa se deverá traduzir por cerca de 38.200€. Um bom valor face aos concorrentes com capacidade similar. E não é impossível que o Leaf com maior capacidade seja igualmente capaz de lidar com maior potência de carga, com 100 kW em vez dos actuais 50 kW, o que reduzirá potencialmente a metade o tempo para recarregar o acumulador.

Depois do eléctrico popular, o SUV de luxo

Recorda-se do Nissan IMx, o protótipo de um SUV eléctrico de linhas ousadas? Pois bem, tudo indica que esse modelo vai mesmo passar à produção em série, com cerca de 400 km de autonomia em WLTP e um preço nos EUA de 45.000 dólares.

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Na gama da Nissan, o novo SUV será posicionado acima do Leaf, enquanto veículo eléctrico, sendo que a sua plataforma será depois partilhada com as três marcas do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi. Os 400 km de autonomia são um valor interessante, mas não necessariamente um valor de referência, uma vez que o Leaf com 60 kWh, apesar de mais barato 10.000$, reivindica um valor semelhante.

Ao contrário do Nissan Leaf, com 4,49 metros de comprimento, o SUV a derivar do IMx deverá exibir no mínimo 4,7 m de bitola, o que o colocará na mesma fasquia do ainda não visto Model Y da Tesla, que entretanto deverá ser igualmente disponibilizado, assumindo-se como um Model 3, mas em forma de crossover.