Este ano, a Apple tornou-se na primeira empresa a valer um bilião de dólares e organizou não um, mas dois eventos para apresentação das novidades anuais para o final do ano. Depois de, a 12 de setembro, ter revelados os novos iPhone Xs e Xr e um Apple Watch, houve produtos que ficaram por anunciar: novos computadores MacBook Air e Mac Mini e um iPad com design e gestos a seguirem o ecrã de canto a canto dos iPhone X. Apresentou-os agora, no final de outubro, num palco em que até subiu Lana D’El Rey. Contudo, o AirPower continuou a ser a grande ausência
O evento decorreu esta terça-feira, em Brooklyn, Nova Iorque. Na página web onde a Apple teve em direto o vídeo da apresentação foram apresentados os logos criados para este “special event”. A Apple costuma apresentar tradicionalmente as principais novidades de software em junho e em setembro. Em março e outubro, também tem apresentado novos produtos, como novos MacBooks e iPads. Outras empresas tecnológicas, como a Google e a Amazon, aproveitaram também este mês de outubro para apresentar novos produtos.
https://twitter.com/backlon/status/1057265085444489223
[No Twitter houve várias partilhas com imagens dos logos preparados para este quarto evento de 2018 da Apple]
O evento começou com um vídeo dedicado à cidade onde se realiza, Nova Iorque, em que apareciam várias pessoas com produtos da Apple, de Macbooks, a airpods, aos iPhone. Tim Cook entrou em palco e afirmou que a cidade “é a casa de uma das comunidades mais criativas” e, por isso, foi a escolha da Apple para este evento. “Vamos falar dos nossos produtos mais inovadores” e revelou os novos MacBook Air, o Mac Mini e dois novos iPad Pro de 11 e 12,9 polegadas.
Novo MacBook Air e Mac Mini
Cook começou por falar dos Mac. “Há milhões e milhões” de novos utilizadores “todos os meses”, e gabou-se de terem chegado aos 100 milhões computadores da empresa a serem utilizados diariamente. Foi depois destes dados que falou de um dos computadores “mais adorados” da empresa, o Macbook Air.
“Quando o Steve [Jobs] anunciou o Macbook Air, nada voltou a ser o mesmo”, disse Tim Cook ao falar deste modelo de entrada de gama da empresa. “É tempo para um novo Macbook Air”, disse sobre o novo computador apresentado com ecrã Retina Display, um ecrã de 13,3 polegadas e que vai estar disponível em cinzento e dourado (os modelos anteriores só estavam disponíveis em prateado).
O design pode ter mudado pouco, mas é um MacBook Air redesenhado. Além de um novo ecrã, o computador vai ter um sensor de impressão digitais no teclado. O objetivo é permitir a segurança do sistema, permitindo que, ao abrir o computador, seja possível desbloqueá-lo com mais facilidade sem introduzir um código.
O computador vem apenas com duas entradas USB-C, o que significa que, à semelhança dos Macbook, vão ser precisos adaptadores para utilizar pens USB tradicionais ou headphones com fios.
O novo modelo Macbook Air tem um novo processador Intel de oitava geração i5 e a bateria dura até 13 horas e é 10 por cento mais fino que o Macbook Air atualmente disponível. O peso? Mantém-se leve, 1,25 quilos. Quanto ao revestimento, a Apple costumava utilizar alumínio, mas agora este novo computador portátil é feito, segundo a empresa, com “100% alumínio reciclável”. Um passo em direção à promessa da Apple de ser uma empresa 100% sustentável para o meio ambiente.
Além do novo portátil, a Apple apresentou também um computador de secretária, o novo Mac Mini. Este modelo da empresa “permite mais poder de processamento”, garantiu Tim Cook. “É até cinco vezes mais rápido do que o modelo anterior”, diz a marca.
Este computador de secretária da Apple mantém a maioria das entradas necessárias para ligação de Internet e a ecrãs, como cabo de Ethernet, quatro entradas USB-C, entrada HDMI, duas entrada USB tradicionais e uma de som (3,5mm). Os dois novos computadores estão disponíveis a partir de dia 7 de novembro, com um preço inicial de 919 euros para o Mac Mini e 1379 euros para o MacBook Air.
No evento houve, depois da apresentação destes novos Mac, um momento para falar das Apple Store e Tim Cook agradeceu pessoalmente aos funcionários que a empresa tem em todo o mundo a trabalhar nas lojas oficiais da marca (nenhuma existe em Portugal, apenas “premium resellers”).
Novos iPad Pro com ecrã como o iPhone X
Os rumores eram verdadeiros e a Apple, seguindo a tendência iniciada com os iPhone X, atualizou o iPad e apresentou um novo modelo com ecrã de canto a canto. Estes novos Pro utilizam também os gestos no ecrã para substituir o botão principal.
Há dois modelos e os dois têm ecrãs maiores quando comparados com os iPad Pro que vão substituir: 11 e 12,9 polegadas. Sendo o ecrã de canto a canto, o tamanho dos dois iPad, mesmo com mais espaço para imagens, é igual ao dos iPad Pro atuais. Quanto à saliência que existe no iPhone X, nestes novos tablets o ecrã é, verdadeiramente, de canto a canto (a câmara frontal é no topo do dispositivo, no rebordo preto à volta do ecrã.
Com os novos iPad Pro pode sair o botão de menu, mas vem o reconhecimento facial Face ID. Esta forma de desbloquear o tablet apenas vendo a cara do utilizador já é utilizada nos mais recentes smartphones da Apple. Os novos iPad Pro utilizam um ecrã tátil LCD igual ao do iPhone Xr, o Liquid Retina Display (é muito nítido, mas não tanto como o Super Retina).
Os movimentos são muitos semelhantes aos já existentes nos novos iPhone, mas também há a opção de ecrã dividido para se trabalhar com duas apps ao mesmo tempo. O processador é também novo, e bem mais potente, o A12X Bionic. Segundo a Apple, estes novos dispositivos são capazes de ter gráficos em jogos como a Xbox One-S, a consola doméstica de entrada de gama da Microsoft.
Para mostrar o processamento melhorado dos novos iPad Pro, a Apple mostrou que vai ser possível utilizar o Photoshop e até alguns videojogos mais recentes para consolas. O Adobe Photoshop é “como no computador”, diz a marca, contudo, a aplicação para edição de fotografias foi redesenhada a pensar nos controlos táteis do iPad.
Os novos iPad vêm com USB-C, como também já tinha sido revelado. Esta nova entrada substitui o lighting, nativo da Apple e faz a empresa apostar numa entrada mais universal para carregar o dispositivo (é, atualmente, a utilizada pela maioria das empresas tecnológicas em novos dispositivos). Também há um novo Pencil, a caneta digital da Apple para se escrever em ecrãs, que se junta magneticamente ao tablet quando não está a ser utilizada para carregar e tem sensores de lado para mais funcionalidades.
Vão existir modelos dos iPad Pro que utilizam a tecnologia e-SIM, que permite, sem um cartão SIM tradicional, ligar à rede de telecomunicações para se aceder à Internet. Esta funcionalidade, que já foi apresentada pela Apple com os iPhone Xs para permitir dois cartões de operadoras, ainda não está disponível em Portugal.
Os iPad chegam ao mercado, também, a partir de dia 7 novembro. As versões disponíveis vão ter 64GB, 256GB, 512GB ou 1 terabyte de memória interna e começam com um preço de 909 euros, em Portugal.
Por fim, para terminar o evento, Tim Cook falou do iOS 12. O executivo explicou que é a atualização que mais utilizadores fizeram o upgrade nos dispositivos na empresa. “Na Apple adoramos como as pessoas utilizam os nossos produtos”, terminou Tim Cook, apresentando em palco uma artista que tem utilizados dispostivos da empresa para criar música: Lana D’El Rey. A cantora subiu ao palco e cantou uma canção do novo álbum, terminando esta apresentação com um abraço da cantora a Tim Cook.
*Artigo atualizado às 16h48