Os WasteSharks produzidos pela empresa tecnológica holandesa RanMarine estão a chegar ao Dubai. Concebidos em 2016 e inspirados no método de aspiração dos tubarões baleia, os WasteSharks têm uma abertura frontal que lhes permite colher os resíduos sólidos na água. Estes drones ‘tubarão’ chegam em novembro ao Dubai e vão começar por operar numa marina, através de uma parceria entre a empresa holandesa e a Ecocoast, um parceiro local.

De acordo com a CNN, os WasteSharks estão disponíveis em modelos com ambos os sistemas de controlo [autónomo e remoto] e medem apenas 1,5 metros de comprimento por 1,1 metros de largura. Conseguem levar até 159,6 quilogramas de lixo e têm uma autonomia de 16 horas.

Segundo Oliver Cunningham, fundador da RanMarine, estes drones são também capazes de recolher amostras de água e ar para análise de qualidade, filtrar químicos [como o óleo, arsénico e alguns metais pesados] através de uma membrana que faz a filtragem da água, e são capazes de analisar os fundos oceânicos através de um sistema laser que também servirá de sistema de anti-colisão. Os drones ‘tubarão’ poderão, assim, detetar objetos no seu caminho, parar e mudar o seu curso, movendo-se consoante a posição dos objetos que pretendem recolher.

Os nossos drones estão feitos para se mover na água. Os drones serão a última linha de defesa entre os meios urbanos e os oceanos”, disse Cunningham à CNN.

Segundo Dana Liparts, co-fundadora da Ecocoast, estão atualmente dois WasteSharks operacionais nas águas do Dubai a fazer a limpeza e embora apresentem resultados positivos, ainda não ganharam a aprovação de todos. Dana acrescenta que para se sentirem os resultados positivos da ação dos ‘tubarões’ terão de se combinar vários fatores, sendo eles o uso de medidas ambientais preventivas, usar responsavelmente a nova tecnologia e apostar na sensibilização das populações para evitar deitar lixo na natureza.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

(WasteSharke a recolher lixo) — fonte: CNN

Embora a iniciativa tenha já uma grande expressão em países como a Holanda e a África do Sul, esta acarta consigo custos elevados. Adquirir um drone ‘tubarão’ de controlo remoto custará cerca de 15 mil euros e, no caso de ser um modelo autónomo, o preço rondará os 20.500 euros.

O plástico à deriva nos oceanos é um problema ambiental cada vez mais grave que afeta o balanço dos ecossistemas do planeta Terra, e são ações como estas que os países podem adotar para prevenir o impacto ambiental da ação humana. De acordo com os número registados em 2016 pelo relatório da World Economic Forum, estão no mar cerca de 150 milhões de toneladas à deriva.