O presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil anunciou no domingo que o Prémio Manuel António da Mota vai ser atribuído em Angola, em 2019, sublinhando que é com expetativa que vê a reconciliação entre os dois países.
“Nós há já algum tempo que temos vindo a dar apoio social a algumas instituições em Angola e a desenvolver projetos na área da saúde e da escolaridade e, sendo o próximo ano o décimo ano do prémio em Portugal, faz todo o sentido que, sendo a segunda terra do meu pai Angola, que partir de 2019 se comece a atribuir todos os anos um prémio idêntico a este”, afirmou António Mota.
O anúncio foi feito na cerimónia de entrega do Prémio Manuel António da Mota, no Porto, onde o administrador disse aguardar com expetativa a próxima visita de Estado a Angola.
O Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros, foi entregue ao projeto eCO2blocks da Universidade da Beira Interior que se propõe desenvolver produtos para construção civil com resíduos industriais, reduzindo a utilização de recursos naturais.
“Estamos ansiosos com a sua próxima viagem a Angola, país onde iniciamos há 72 anos a nossa atividade e onde sempre tivemos (…) uma atividade que nos honra e orgulha Portugal e os portugueses”, declarou, dirigindo-se ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando estar satisfeito com o facto de estarem “sanadas” as questões entre Portugal e Angola.
As relações entre Portugal e Angola viveram o seu momento mais crítico devido ao processo judicial que envolveu o ex-vice-Presidente Manuel Vicente que foi acusado em Portugal do crime de corrupção ativa de Orlando Figueira, ex-magistrado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O processo acabou por ser remetido para Angola depois de grande pressão política.
Para António Mota não há dúvidas que Angola teve, tem e terá um papel primordial no futuro da empresa que, em Portugal, enfrenta um problema de escala.
De acordo com o presidente do conselho de Administração da Mota-Engil, a empresa está a crescer no mundo inteiro, mas não “tanto como desejariam, em Portugal”.
“No passado, nós quando mobilizávamos um quadro para fora, era sempre com a perspetiva de que passados uns anos voltaria a Portugal. Hoje o que lhe podemos prometer é que de Angola irá para o México, do México para o Peru, se tiver sorte pode vir a Portugal. Essa é a grande brecha das empresas que estão na nossa dimensão: são pequenas demais para o mundo global e grandes demais para o mercado português. É esse o desafio com que nos defrontamos”, apontou.