O líder do Ciudadanos, Albert Rivera, convocou uma reunião extraordinária da sua direção para analisar os resultados eleitorais de domingo na Andaluzia e para definir a estratégia que o partido deve seguir na região. No fim, anunciou aos jornalistas que o partido estava disposto a sentar-se à mesa das negociações com o PP e com o Vox para encontrar uma solução de governo para a comunidade autónoma. “Os andaluzes votaram pela mudança”, afirmou, lembrando que nos últimos 34 anos foi o PSOE que esteve à frente dos destinos da Andaluzia e que o sinal dado nas urnas tinha sido o de alteração deste paradigma.

Assim, mostraram-se disponíveis para negociar uma solução mas apenas à direita. E impuseram três condições. A primeira passa por assegurar “uma mudança efetiva”, ou seja, garantir que o PSOE não continue a dirigir o governo da autonomia. A segunda é talvez a mais exigente: ter como líder do executivo andaluz o candidato do Ciudadanos. “Entendemos que a liderança deve pertencer a alguém novo, que não tenha casos de corrupção no currículo, alguém limpo e que já tenha mostrado capacidade de diálogo para chegar a entendimentos, como o Juan Marín [candidato do partido]”, adiantou.

A última reivindicação do Ciudadanos é mais simples: o partido tem de estar no governo autonómico. Quer isto dizer que, seja qual for a solução negociada, o partido não deixará passar um executivo no qual não tenha qualquer responsabilidade. “Chegou a altura de irmos para a liderança”, proclamou Albert Rivera, antes de recordar que, ao contrário do PSOE e do PP, o seu partido cresceu desde as últimas eleições.

Questionado sobre a possibilidade de vir a entender-se com o Vox, que garantiu 12 lugares no parlamento andaluz nas eleições de 2 de dezembro, o líder do Ciudadanos mostrou abertura para chamar o partido nacionalista radical para as conversações. “Por uma questão de responsabilidade não podemos descartar nenhum cenário”, respondeu.

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Esta posição é convergente com aquela que o PP e o Vox já tinham assumido. Os populares, na segunda-feira, já tinham anunciado que aceitavam negociar com os outros dois partidos, estabelecendo como única linha vermelha “a Constituição”. Já o partido da direita radical anunciou, também no dia seguinte ao das eleições, que “não seria um obstáculo” à criação de uma solução que tirasse o PSOE do poder.