As eleições gerais previstas para 30 de dezembro na República Democrática do Congo (RDCongo) foram adiadas para março de 2019 em algumas zonas de conflito e afetadas pelo vírus do Ébola, anunciou esta quarta-feira a comissão eleitoral congolesa.

O adiamento será nas regiões de Beni e Butembo, na província do Kivu Norte, e na localidade de Yumbi, na província de Mai-Ndombe e a comissão eleitoral justificou o adiamento com a falta de condições de segurança. Inicialmente previstas para 2016, as eleições de domingo foram já adiadas duas vezes, e, além de presidenciais, irão ainda permitir a escolha de representantes parlamentares a nível nacional e provincial.

O último adiamento foi anunciado na semana passada pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) congolesa e foi justificado com problemas causados por um incêndio que destruiu oito mil urnas eletrónicas. Os partidos da oposição já disseram que não vão tolerar mais adiamentos da votação que vai escolher o sucessor de Joseph Kabila, Presidente desde 2001, que não pode voltar a concorrer por já ter cumprido dois mandatos, como prevê a Constituição.

O processo eleitoral na RDCongo vai ser um dos temas centrais de uma cimeira dos países dos Grandes Lagos, na quarta-feira, em Brazzaville, República do Congo, em que participa também o Presidente angolano, João Lourenço. Esta cimeira é uma iniciativa do chefe de Estado da República do Congo e presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Denis Sassou Nguesso.

Os conflitos armados persistem, sobretudo em Beni, e algumas zonas estão a ser afetadas por um surto de Ébola, o segundo mais mortífero na história do país. A epidemia do vírus, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infetados e que provoca febre hemorrágica, foi declarada em 01 de agosto deste ano, em Mangina, nas províncias de Kivu Norte e Ituri, tendo provocado a morte a 319 pessoas e infetado mais de 542, segundo dados OMS.

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