A Rússia está pronta para trabalhar e “salvar” o tratado de armas nucleares (INF, sigla inglesa), do qual Washington ameaçou retirar-se, disse esta quarta-feira, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

Trump anuncia que EUA vão sair de acordo de redução de mísseis nucleares com a Rússia

“Estamos sempre prontos a começar a trabalhar para salvar o tratado”, disse o ministro em conferência de imprensa, na qual pediu aos países europeus que apoiem Moscovo nas negociações.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Espero que os países europeus, que podem ter mais interesses, (…) que não se colem à posição americana. (…) Espero que tentem pressionar Washington a ter uma posição mais responsável”, disse o chefe da diplomacia russa.

Diplomatas russos e norte-americanos discutiram o tratado na terça-feira, mas não chegaram a um consenso.

Washington acusa Moscovo de violar este tratado que data da Guerra Fria e a 04 de dezembro emitiu um ultimato de 60 dias à Rússia para cumprir essas obrigações.

Após a reunião em Genebra, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Riabkov, acusou os Estados Unidos de serem “completamente” responsáveis por um possível desmembramento do tratado, acrescentando que a Rússia fez propostas para quebrar o impasse.

O Tratado INF de 1987, ao abolir o uso de toda uma série de mísseis com um alcance de 500 a 5.500 km, pôs fim à crise da Euromissile, desencadeada na década de 1980, com o desdobramento da SS-20 soviética. Ogivas nucleares visando capitais ocidentais.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já tinha ameaçado retirar o país do tratado assinado por Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev em 1987.

Washington sustenta que o novo sistema de mísseis SSC8 da Rússia viola o tratado da era da Guerra Fria, que proíbe todos os mísseis de cruzeiro terrestres com um alcance entre 500 e 5.500 quilómetros.