O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, comprometeram-se esta terça-feira em Moscovo a firmar um tratado de paz, suspenso desde 1945 devido a um diferendo territorial nas ilhas Curilas. O líder russo referiu que as duas partes ainda vão manter “um trabalho de formiga”. “Aguarda-nos um trabalho de formiga antes da assinatura deste documento com condições mutuamente aceitáveis”, disse Putin durante uma comparência no Kremlin com o dirigente nipónico.

Putin sublinhou que as duas partes confirmaram esta terça-feira o seu “interesse” em assinar o tratado, um passo crucial para a normalização das relações bilaterais, apesar de considerar que a decisão deve ser apoiada pelos dois povos.

“Na reunião de Singapura comprometemo-nos a enquadrar o processo negocial na Declaração União Soviética-Japão de 1956”, assinalou, numa referência ao encontro que ambos mantiveram em novembro. Nesse aspeto, assinalou que este documento contempla “em primeiro lugar, a assinatura do tratado de paz”, a posição que Moscovo defende nas negociações.

Putin pretendeu referir que a Declaração coloca como condição a assinatura do tratado, para de seguida abordar a entrega de duas das ilhas mais pequenas do arquipélago (Shikotan e Habomai). Por sua vez, Abe admitiu que “não é fácil solucionar problemas que permanecem por resolver há mais de 70 anos desde o fim da guerra”. “Mas devemos fazê-lo”, vincou.

O primeiro-ministro nipónico sublinhou que, na sequência das conversações, os japoneses com antepassados nas ilhas poderão visitar as suas tumbas. Shinzo Abe também confirmou uma nova ronda de negociações entre os chefes da diplomacia dos dois países durante a conferência de segurança em Munique, que decorre entre 15 e 17 de fevereiro. “Haverá mais uma ronda. Devemos fortalecer a atmosfera de confiança mútua”, comentou aos media locais Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

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