A Marinha exonerou dois comandantes da Escola Naval. Os oficiais faziam parte do Corpo de Alunos e da 4.ª companhia e terão sido demitidos no inicio do mês devido ao envolvimento nas polémicas praxes denunciadas no final do ano passado, avança o Diário de Notícias (DN).

Oficialmente a Marinha não confirma, nem desmente as razões apontadas pelo Jornal de Notícias para a exoneração dos dois comandantes. Confrontada com a situação, o ramo das Forças Armadas esclarece que ” não comenta publicamente movimentos administrativos internos dos seus militares”, mas adianta que “a Escola Naval tem aberto o processo de averiguações relativo à denuncia anónima recebida através das redes sociais”, recusando-se a acrescentar mais pormenores sobre o caso.

Dos dois exonerados, um deles, capitão de fragata, estava há apenas treze meses no cargo de comandante do Corpo de Alunos, o outro é oficial subalterno responsável pelos alunos de 4º ano da Escola Naval. O caso ficou conhecido em meados de dezembro, pelo DN, e em causa estavam praxes violentas que envolviam colocar sacos na cabeça de alunos ou deixá-los horas dentro de tanques com água.

Pais denunciam atos de violência durante as praxes ao 1.º ano da Escola Naval

Já em janeiro deste ano, o grupo parlamentar do PCP recebeu as respostas que colocou ao Ministério da Defesa pelo ministro responsável pela pasta. O gabinete de João Cravinho garantiu que a Marinha é contrária a qualquer tipo de praxe e que a Escola Naval tem câmaras de vigilância que podem dissuadir estas práticas.  Nesses esclarecimentos, foi ainda referido que “a Marinha não recebeu qualquer tipo de queixa por parte dos visados sobre as práticas veiculadas na referida denúncia anónima”.

Este ramo das Forças Armadas decidiu restinguir o contacto entre os alunos do 1º ano e os restantes para diminuir qualquer tipo de pressão ou tensão entre os alunos.  Segundo dados disponíveis na página oficial da Escola Naval, a instituição tem cerca de 235 alunos, dos quais 39 são mulheres e 32 estrangeiros.

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