As autoridades de Hong Kong anunciaram uma apreensão recorde de 8,3 toneladas de escamas de pangolim, espécie em vias de extinção, e de centenas de presas de elefante, no valor de mais de sete milhões de euros.

Com base numa denúncia das autoridades chinesas do continente, as autoridades locais encontraram o carregamento em meados de janeiro num contentor refrigerado rotulado como carne congelada da Nigéria, informaram na sexta-feira as autoridades que detiveram ainda duas pessoas.

Esta foi a maior apreensão de escamas de pangolim em Hong Kong, produto de cerca de 14 mil animais, e uma das maiores de marfim na última década.

As escamas do pangolim são, há séculos, muito valorizadas na medicina tradicional chinesa. As escamas, feitas de queratina, semelhante às unhas, são frequentemente torradas e moídas em pó antes de serem adicionadas a uma mistura de ingredientes para supostamente curar artrite, promover a amamentação para as mães e aumentar a virilidade masculina.

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Os cientistas classificaram todas as espécies de pangolins como estando em risco de extinção. Nas duas últimas décadas, o número de pangolins no mundo caiu cerca de 90%.

As presas de marfim são um material artesanal decorativo apreciado na Ásia, resultando na devastação de populações de elefantes selvagens em África.

Sob a lei de Hong Kong, a importação e venda de espécies ameaçadas e os seus produtos podem ser punidos com penas de prisão até dez anos de prisão e multa superior a um milhão de euros.

A China e Hong Kong têm procurado reprimir o comércio ilegal, embora o porto daquela região administrativa especial continue a ser um importante ponto de trânsito para produtos de espécies ameaçadas.

No ano passado, após a proibição das vendas de marfim na China continental, Hong Kong decretou a proibição total do comércio local de marfim, para entrar em vigor até 2021, ao mesmo tempo que aumentava as sanções para os infratores.