O Papa Francisco admitiu esta terça-feira que a Igreja Católica Romana tem “um problema persistente” de abuso sexual de freiras por padres e bispo. “É verdade. Há padres e bispos que fizeram isso. Devia ser feito mais [para o impedir]? Sim. E temos essa vontade? Sim”, disse o líder da Igreja Católica na primeira vez que falava sobre o assunto, na viagem de regresso dos Emirados Árabes Unidos para Roma.

Várias freiras católicas acusam clérigos de abuso sexual nos últimos anos na Índia, na África e na Itália. Uma revista do Vaticano publicou na semana passada uma reportagem sobre freiras que ou abortam ou chegam mesmo a dar à luz bebés concebidos durante violações cometidas por homens da Igreja. Agora, o Papa Francisco revela que o Vaticano está a investigar os casos e que já suspendeu alguns desses violadores.

Ainda em setembro do ano passado, o pontífice apelou à denúncia de casos de violação que envolvam padres: “Acabar com isto não significa simplesmente seguir em frente, mas procurar uma cura, reparação, tudo o que for necessário para curar feridas e restaurar a vida de tantas pessoas”, disse ele durante uma reunião privada com jesuítas em Dublin, Irlanda. No mês anterior, o Papa já tinha publicado uma carta onde condenava o crime de abuso sexual por parte de padres e o encobrimento desses crimes.

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Abusos sexuais. Papa Francisco apela a padres para se entregarem

Nessa mesma viagem, à conversa com os jornalistas, o Papa Francisco também declarou estar disponível para intervir na crise política na Venezuela, mas apenas se duas condições forem satisfeitas: que o pedido de ajuda, já endereçado por Nicolás Maduro através de uma carta, também venha da oposição do ditador venezuelano; e que as duas partes do conflito tomem “medidas preliminares” para entrarem em diálogo.

Papa Francisco disponível para mediar conflito político na Venezuela