Os smartphones da Honor são vistos como os irmãos mais novos dos Huawei (a marca mãe). São direcionados para os “jovens nativos digitais” e, por isso, necessariamente mais baratos do que outros equipamentos equivalentes. Com o View20, a Honor quis mudar um pouco este modelo de negócio e tentar chegar a um público mais vasto, mas sem esquecer a sua base. Apresentou um dos primeiros smartphones com um furo no ecrã para ter um visor tátil quase completo. É uma inovação, mas não é só isso que faz um smartphone.

Honor View20

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A favor

  • Ecrã (quase) completo
  • Bateria
  • Câmaras

Contra

  • Não é resistente à água nem poeiras
  • Imagens no ecrã não são tão nítidas como em ecrãs OLED

As especificações do View20 são semelhantes às do Huawei Mate20 Pro, que continua a ser dos telemóveis mais competentes do mercado, com um processador Kirin 980 (é muito rápido), e uma câmara de câmara dupla de 48 megapíxeis traseira e frontal de 25 megapíxeis. Contudo, com a vantagem de um preço menor em relação a outros topos de gama — que, mesmo assim, ainda é 570 euros — perde características: a resistência à água e poeiras, o ecrã OLED (é LCD, menos nítido) ou o desbloqueio facial.

A Honor, da Huawei, lançou um smartphone com câmara no ecrã

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O ecrã de 6,4 polegadas e o furo no ecrã podem cativar, mas, no final, o que distingue este equipamento é o design. Deixamos a nossa análise.

É um telemóvel com “swag” competente, mas pelo “swag” vale tudo?

A Honor quis fazer um topo de gama a pensar nos “nativos digitais”. Usam o Instagram mais do que o Facebook, tiram quase tantas selfies como o Presidente da República e, em vez de ser cool dizem que têm swag. Isto nota-se no design do View20. A traseira com padrões que se iluminam em seta com o reflexo da luz é prova disso mesmo. Este é um telemóvel que quer dar nas vistas.

Mas também quer ser rápido para todas as tarefas quotidianas. Para isso, basta agradecer os 8 gigabytes de RAM e os 256 gigabytes de memória interna, que, juntamente com o processador, não nos fizeram encontrar nenhum problema durante a análise no modelo que analisámos. Quanto à bateria, e por ter quatro mil miliamperes aliados a um software que faz uma boa gestão de utilização das apps, conseguimos com apenas uma carga utilizar facilmente o smartphone mais do que um dia e meio. Se houver problemas, também o carregador SuperCharge, uma tecnologia da Huawei, permitiu que numa hora conseguíssemos ter bateria completa, depois de ter chegado aos 10%. Não há, contudo, carregamento sem fios.

Quanto à câmara, as fotografias são nítidas e fazem o pretendido num topo de gama. Em ambientes mais escuros ou com mais movimento, a câmara não consegue tão bons resultados quando comparados com outros equipamentos do mesmo valor (há poeira na imagem em fotografias tiradas de noite e não consegue rapidamente capturar imagens em movimento como o LGThinQ conseguiu, por exemplo). Contudo, consegue imagens nítidas e com boas resoluções e já acima da média de mercado, tanto nas câmaras traseiras como na frontal.

Por fim, quanto a especificações, este modelo mantém a entrada para auriculares tradicionais com fios, algo cada vez menos comum em modelos topo de gama e tem um sensor de desbloqueio de impressões digitais na traseira do ecrã. Além disso, e para compensar a falta de certificado de resistência à água e choque, o View20 vem com uma capa protetora de silicone incluída e película protetora. Segundo explicou o presidente da Honor na apresentação do produto, a resistência reduzida e o preço final do produto devem-se às dificuldades encontradas para se inserir um furo no ecrã. Ou seja, para se ter um furo no ecrã, em vez de um notch (ou entalhe), foi preciso abdicar de um preço que podia ser mais reduzido e na resistência.

Veredito final: não deixa de ser um smartphone (bem) competente, mas quer dar nas vistas pelo design

O Honor Vie20 é bem mais barato do que outros concorrentes diretos, como o iPhone Xr. Contudo, em equipamentos com sistema operativo Android, por este valor, há outras opções interessantes, como o OnePlus 6T. No final, o que fica, é um telemóvel que, num mercado saturado de equipamentos com estes valores (acima de 500 euros), o que tem mesmo de diferente é o design com o furo no ecrã.

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Há vantagens, contudo. A bateria está acima dos padrões médios em topos de gama até mais caros do que o View 20. E, no modelo mais barato, que tem 128GB de memória interna (o que analisámos tinha 256GB), não há justificações para não se instalar todas as aplicações que se quer. Já o espaço extra no topo do ecrã que se ganha devido ao furo, cativou, mesmo com vídeos em ecrã inteiro.

Veja a fotogaleria no topo do artigo para mais imagens e informações do equipamento.

*O equipamento foi disponibilizado ao Observador pela Honor para efeitos de análise.