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Neymar veio do Carnaval para ver a "vergonha", Rabiot foi a seguir para a festa. Pelo meio, o PSG voltou a cair

Este artigo tem mais de 5 anos

Mais de mil milhões de euros depois, o PSG continua a ficar nos oitavos da Champions. Antero, Buffon e até o ADN do clube são apontados como responsáveis. Por outro motivos, Rabiot também não se safa.

Cavani, que saiu do banco aos 90+5' após o 3-1 do Manchester United, consola Mbappé após a eliminação na Liga dos Campeões
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Cavani, que saiu do banco aos 90+5' após o 3-1 do Manchester United, consola Mbappé após a eliminação na Liga dos Campeões

AFP/Getty Images

Cavani, que saiu do banco aos 90+5' após o 3-1 do Manchester United, consola Mbappé após a eliminação na Liga dos Campeões

AFP/Getty Images

Mais um ano, mais uma desilusão em Paris. O PSG teima em não corresponder na Liga dos Campeões, especialmente quando temos em conta as avultadas quantias aplicadas no clube. O clube de Neymar – que voltou do Carnaval no Brasil para seguir o jogo no Parque dos Príncipes – e companhia voltou a ficar por terra na prova milionária mas Adrien Rabiot, que ficou outra vez de fora, não demorou a superar o desaire frente ao Manchester United: o médio francês foi apanhado na noite parisiense e os adeptos da equipa não demoraram a fazer correr o vídeo. As críticas ao comportamento do médio adensam-se já que o contrato com o clube expira no final da época e as propostas de renovação têm sido recusadas. Mas este é só mais um exemplo numa espiral de problemas que têm assolado uma equipa que se passeia no Campeonato mas voltou a falhar na Europa.

Neymar, que se encontra lesionado e, por isso, não pôde contribuir frente ao Manchester United, não poupou nas críticas à arbitragem. A propósito do lance que decidiu o jogo e que resultou numa grande penalidade, apenas detetada pelo VAR, teve mesmo a afirmação mais forte. “É uma vergonha”, escreveu Neymar no Instagram. O craque brasileiro ainda aproveitou para questionar o video-árbitro. E agora corre o risco de cair na alçada disciplinar da UEFA.

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Eric Cantona, antigo jogador do United que esteve em Paris, não tardou em festejar a vitória dos ingleses. No seu país natal, o ex-avançado disse estar “muito feliz” e que “os parisienses foram comidos” como ele “come rãs”. Depois de vencerem os red devils em Old Trafford, por 2-0, os parisienses deixaram uma eliminatória praticamente resolvida fugir-lhes. Em pleno Parque dos Príncipes, o clube da Cidade Luz deixou fugir a vantagem proveniente de Inglaterra e de forma sem precedentes: foi a primeira vez que, na Liga dos Campeões, uma equipa recuperou de uma derrota por dois golos na primeira mão em casa.

Em França, a imprensa é unânime e os adjetivos fluem quando procuram descrever a noite desta quarta-feira. Recordando a remontada da Barcelona há dois anos – o PSG venceu 4-0 em Paris e perdeu, em Barcelona, por 6-1 –, o L’Équipe fala numa noite “ainda pior”, tendo em conta que, desta feita, desperdiçaram uma vantagem conquistada fora de Paris. A revista France Football prefere apelidar a eliminação de “noite catastrófica”.  O Le Parisien fala em “desprezo” quando procura encontrar palavras para a eliminação do PSG. Já o Sport24, do Le Figaro, lembra os constantes falhanços na Liga dos Campeões e fala em “novo fiasco”. De Espanha, mais concretamente do El Mundo, vem a melhor descrição da noite: “suicídio assistido“.

Capa do L’Equipe: noite “ainda pior” do que a da remontada do Barcelona, em 2017

Quem são os principais responsáveis pelo desaire?

A derrota frente ao Manchester United, e consequente eliminação da Liga dos Campeões, colocou em evidência as dificuldades sentidas pelo PSG nesta prova que é, face à superioridade na Ligue 1, o grande objetivo dos proprietários. A revista France Football elaborou uma lista com quatro possíveis responsáveis para a “crise” que assola o Parque dos Príncipes: o dono, Nasser Al-Khelaifi; o diretor desportivo, Antero Henrique; o guarda-redes e contratação mais sonante da época, Gianluigi Buffon; e o próprio ADN do clube. De forma “estranha”, Thomas Tuchel, o treinador, passava entre os intervalos da chuva.

O milagre aconteceu: Manchester United vence em França e elimina PSG da Liga dos Campeões

Em 2011, entraram os milhões do Catar no Paris Saint-Germain. Nasser Al-Khelaifi assumia o comando dos destinos do clube e com ele trazia promessas de bolsos fundos para reforçar a equipa sempre que fosse preciso. Em 2012, em entrevista ao The Guardian, Al-Khelaifi assumia pretender que o clube fosse “competitivo” na Liga dos Campeões, para além de querer voltar a dominar a Liga francesa, que já não era ganha pelo PSG desde 1994. Desde a chegada do catari, em sete temporadas o clube conquistou a liga cinco vezes, apenas não vencendo a Ligue 1 no primeiro ano da nova direção e em 2016/2017, em que ganhou o Mónaco de Leonardo Jardim. Liga dominada, falta agora a competitividade na Liga dos Campeões.

Em oito anos, Al-Khelaifi gastou cerca de 1.200 milhões em reforços. Dos mais sonantes – e mais caros – destacam-se Neymar (cerca de 220 milhões de euros), Kylian Mbappé (135 milhões de euros), Edison Cavani (quase 65 milhões de euros) e Ángel Di María (63 milhões de euros). Resultados práticos na Liga dos Campeões? Nunca passou dos quartos-de-final e, nos últimos três anos, apenas conseguiu alcançar os”oitavos. No mesmo artigo, a France Football alega que o facto do dono não ter experiência acumulada no mundo de futebol pode ser uma das explicações para o insucesso do PSG na “Champions”.

Nasser Al-Khelaïfi, o ex-tenista nascido numa família de classe média que domina o futebol

Antero Henrique não se livra da mira dos adeptos. O diretor desportivo é outro dos responsáveis apontados pela France Footbal. A principal mente por trás da transferência de Neymar não se entende com o treinador Thomas Tuchel. Desde a chegada do treinador alemão, é notório que a gestão do português não agrada. O primeiro choque veio quando o alemão viu gorada a compra de um médio de cariz defensivo. Antero Henrique não conseguiu satisfazer o principal desejo do treinador e a relação azedou. Antero Henrique é tão contestado que até Uli Hoeness, presidente do Bayern, apontou o português como uma das causas para que o PSG não seja maior. “Se o PSG quer ser um clube de top mundial, não pode ter um diretor como este”, disse. A revista France Football fala em “falta de controlo” de Antero que “resultou” na eliminação do PSG. “Novamente”.

O PSG ganhou quase todos os jogos mas há uma guerra Antero-Tuchel em que alguém terá de perder

Outra das causas apontadas é o próprio clube e o seu “ADN”. Fundado há menos de 50 anos, o Paris Saint-Germain pode não ser considerado um “histórico” com pergaminhos tão extensos como aqueles que já integram essa categoria. Desde 1970, o clube ganhou sete Campeonatos franceses. E cinco deles depois de 2012, já com Nasser Al-Khelaifi como dono. O melhor que conseguiu na Liga milionária foi chegar às meias-finais… em 1994/1995. Desde que se tornaram “milionários”, os parisienses não conseguem alcançar essa eliminatória. Antes da derrota com o Manchester United, está na memória a eliminatória frente ao Barcelona em 2017. Para além de United e Barça, o PSG caiu aos pés de Chelsea (2014) e Manchester City (2016).

O problema pode estar na própria cultura do clube. O facto de dominar em França, onde leva já 17 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, pode não ajudar na altura de enfrentar os melhores da Europa. Essa falta de competitividade da Ligue 1 pode comprometer o PSG e as suas aspirações na Champions. O Leeds United, equipa que milita na Segunda Divisão inglesa, já conseguiu mais do que os franceses. Nas únicas três vezes que participou na maior prova de clubes, o Leeds chegou a ser vice-campeão, em 1975. Já neste milénio, na época de 2000/01, o Leeds alcançou as meias-finais, feito que já havia conseguido em 1970. Aliás, o próprio Mónaco, em 2016/17, chegou às meias – algo que o rival não conseguiu nos tempos recentes.

Finalmente, e numa causa mais recente apontada, surge Gianluigi Buffon. O guarda-redes italiano chegou a Paris no início da temporada, com a expetativa de ocupar a baliza sem contestação, mas a verdade é que o número 1 não se afirmou no Parque dos Príncipes. Como a France Football indica, era suposto que, com Buffon, chegasse experiência, calma e regularidade à baliza. O italiano vai dividindo a titularidade com Alphonse Aréola. A exibição na segunda mão frente ao Manchester United foi contestada e o internacional transalpino foi mesmo responsável pelo segundo golo dos ingleses.

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