As autoridades indonésias elevaram esta quarta-feira para 104 mortos e 79 desaparecidos o número de vítimas nas inundações e deslizamentos de terra que atingiram no sábado a província indonésia de Papua, no leste do país.

Sete das vítimas morreram num deslizamento de terra na capital provincial Jayapura e o restante nas enchentes que ocorreram na cidade de Sentani após as fortes chuvas de sábado à noite, de acordo com a porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB), Sutopo Purwo Nugroho.

Quarenta das vítimas não puderam ser identificadas e serão enterradas numa vala comum depois de um funeral conjunto na quinta-feira, disse Nugroho.

As inundações atingiram duramente cinco distritos do município de Jayapura, todos em zonas aluviais no sopé das montanhas Cycloop.

O desastre natural também causou 160 feridos – 85 graves e 75 leves – e 9.691 pessoas foram deslocadas para 18 abrigos em Sentani e passam por carências diversas pelas dificuldades na distribuição da ajuda.

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O aumento no número de pessoas deslocadas é devido ao trauma e ao medo de que novas inundações ocorram”, disse Sutopo Purwo Nugroho num comunicado.

De acordo com o pastor protestante Steven Halim, que vive em Jayapura e auxilia as vítimas, a força da água era tal que “arrastou pedras do tamanho de carros” e árvores inteiras, enquanto que em algumas áreas baixas de Sentani a água atinge o peito dos residentes.

Algumas das casas estão destruídas e só se vê as fundações“, disse Halim numa entrevista por telefone à agência de notícias.

Mais de dois mil funcionários de várias organizações colaboram na busca e salvamento de vítimas ou no atendimento de sobreviventes em cantinas ou serviços médicos improvisados, entre outros.

Halim também disse que não parou de chover todas as noites desde sábado e continuou hoje a chover ao longo do dia, o que causou o transbordamento do Lago Sentani, além de bloqueios nas estradas que isolaram famílias em suas casas.

As inundações e deslizamentos de terra afetam a Indonésia todos os anos durante a estação chuvosa, cujo pico é entre dezembro e fevereiro.