A Assembleia Constituinte da Venezuela (ANC), composta unicamente por simpatizantes do regime, anunciou na terça-feira ter levantado a imunidade a sete deputados da oposição, em resposta a um pedido do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

“Que todos assumam as suas responsabilidades. Estamos a assumir a nossa hoje [terça-feira], possibilitando a acusação daqueles que participaram ativamente” na tentativa de derrubar o regime, declarou o presidente da ANC, Diosdado Cabello.

Os deputados “participaram de maneira flagrante num golpe de Estado em 30 de abril”, afirmou Cabello, em alusão às manifestações na passada terça-feira, que resultaram em cinco mortos e mais de 200 detidos.

Cinco mortos e 233 detidos na tentativa de golpe de Estado na Venezuela

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Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio ao presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime.

Além dos militares, vários civis, entre eles deputados, fizeram o mesmo apelo à população.

O governo do Presidente de facto, Nicolás Maduro, recorreu à Justiça e, na terça-feira, o Supremo, que a oposição acusa de estar ligado ao regime, ordenou que sete deputados fossem acusados de “traição à pátria” e “conspiração”, entre outras acusações.

Em seguida, o tribunal submeteu os processos à procuradoria-geral, para investigação, e à Assembleia Constituinte, para apreciação do levantamento da imunidade parlamentar.

A decisão inclui o vice-presidente da Assembleia Nacional (AN), o parlamento do país dominado pela oposição, Edgar Zambrano, e o ex-presidente da AN Henry Ramos Allup.

Os outros parlamentares afetados são Richard Blanco, do partido Alianza Bravo Pueblo (ABP), Luis Florido, independente, Américo de Grazia e Mariela Magallanes, da Causa Radical (LCR), e Simón Calzadilla, do Movimento Progressista da Venezuela (MPV).