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Os 51 milhões de dólares correspondem a 45,4 milhões de euros. E 39 milhões de dólares são 34,7 milhões de euros.

O empresário norte-americano Elon Musk já amealhou 39 milhões de dólares dos 51 milhões de que precisa para financiar a Neuralink, uma startup fundada por ele em 2016 para ligar cérebros humanos a computadores. A origem desse dinheiro ainda não é conhecida, escreve a Bloomberg. Mas Elon Musk prometeu notícias para breve: “Provavelmente, vai haver alguma coisa notável para anunciar nos próximos meses”, publicou ele no Twitter em abril deste ano.

Pouco se sabe sobre a Neuralink Corporation, a não ser que é uma empresa registada no estado norte-americano da Califórnia na área da neurotecnologia. E que pretende desenvolver interfaces entre cérebros humanos e computadores sob a forma de implantes. Elon Musk chegou a adjetivar essa ligação de “simbiótica” — um “laço neural”, batizou o empresário, que funciona como “uma espécie de terceira camada digital sobre o córtex cerebral, que cobre o sistema límbico”.

A página a Neuralink desvenda pouco mais. Diz apenas que a empresa “está a desenvolver interfaces cérebro-máquina com largura de banda ultra larga para ligar humanos e computadores” e que está à procura de “engenheiros e cientistas excecionais”: “Nenhuma experiência em neurociência é necessária. Esperamos que a maioria da nossa equipa venha de outras áreas e indústrias”, diz a página.

No entanto, e apesar do mistério em que está envolta, a Neuralink tem alguns cientistas renomados a trabalhar para Elon Musk. Alguns deles — Timothy L. Hanson, Camilo A. Diaz-Botia, Viktor Kharazia, Michel M. Maharbiz e Philip N. Sabes — publicaram, em abril, um estudo chamado “A máquina de costura para gravações neurais minimamente invasivas” que disserta sobre uma forma de implantar essas interfaces de forma célere em cérebros de ratos.

No entanto, não é possível ler no documento qualquer referência à ligação dos cientistas à Neuralink. Essa ligação deveria estar discriminada no artigo científico porque pode constituir um conflito de interesses. Se esse conflito se confirmar, os autores do texto podem ser levados a interpretar de forma menos isenta os resultados obtidos — ou até mesmo a condicionar a experiência para que ela coincida com os resultados mais positivos para a empresa.

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