O CDS de Vila Verde participou ao Ministério Público e à Comissão Nacional de Eleições o caso da utilização de uma carrinha de uma junta de freguesia do concelho para transportar pessoas para um comício do PSD, em Esposende.

Segundo o líder do CDS de Vila Verde, Paulo Marques, em causa está uma carrinha da União de Freguesias de Marrancos e Arcozelo, que transportou apoiantes para a festa-comício da candidatura do PSD às europeias que teve lugar no domingo em Esposende e que contou com a presença de Rui Rio e Paulo Rangel.

Contactado pela Lusa, o presidente daquela União de Freguesias, Manuel Rodrigues (PSD), confirmou a utilização da carrinha a pedido de um particular, que pagou pelo “serviço” 150 euros. “No fundo, foi um donativo para a Junta, porque pagaram-nos 150 euros e nem sequer 40 euros gastámos”, referiu. O autarca foi uma das nove pessoas que foram ao comício na carrinha, que foi conduzida pelo tesoureiro da Junta.

O CDS, na exposição que fez à Comissão Nacional de Eleições e ao Ministério Público, diz que se tratou de uma situação “absolutamente abusiva” e questiona se não estará em causa um crime, “agravado por se tratar de período de campanha eleitoral, prejudicando deliberadamente todas as outras forças partidárias nacionais”.  Por isso, solicita a “intervenção urgente” daquelas entidades, “a bem da legalidade, da liberdade e da veracidade”.

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O presidente da Junta disse que cedeu a carrinha “de boa-fé”, a pensar “no bem” da freguesia, mas garantiu que “esta foi a primeira e última vez”.
“Sou novo nisto [primeiro mandato], nunca pensei que isto fosse dar esta polémica toda, mas agora admito que fui ingénuo. Não voltará a acontecer”, referiu.

A Lusa contactou também o diretor da campanha do PSD em Vila Verde, José Manuel Lopes, que disse que a candidatura “não tem rigorosamente nada a ver” com a questão.

A campanha não teve qualquer intervenção no transporte. Por nós passou apenas a distribuição dos bilhetes, nada mais. Cada um tratou de se organizar para chegar até ao local da festa, acredito que entre 80 a 90% foram em viatura própria. Quanto a esse caso em concreto [carrinha da Junta], nada sabemos, porque nada passou por nós”, disse ainda José Manuel Lopes.