O ministro do Ambiente anunciou esta quarta-feira que será construído um oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa, que aproveitará uma conduta de água existente, num investimento de cerca de 40 milhões de euros para estar concluído em 2021.

“Vai ser construído, aproveitando a conduta do Alviela, da EPAL, que passa tangente à CLC [Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras] e vai até dois a três quilómetros do aeroporto [de Lisboa]. Está neste momento a ser desativada”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Este oleoduto estará construído até ao final do primeiro semestre de 2021, e representa um investimento de cerca de 40 milhões de euros, acrescentou o governante.

A questão do abastecimento do aeroporto de Lisboa por oleoduto (o do Porto, o Francisco Sa Carneiro, já o é) passou a estar na ordem do dia no passado mês de abril, quando uma greve dos motoristas de pesados de matérias perigosas paralisou o país durante dias.

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Há soluções para abastecer o aeroporto por oleoduto, mas até agora não foram estudadas

Em resposta dada em abril ao Observador, a ANA defendeu o interesse em que as empresas petrolíferas estudassem esse projeto. Mas a CLC (Companhia Logística de Combustíveis) e as petrolíferas que são as suas acionistas — nomeadamente a Galp que é a maior — mantiveram o silêncio sobre o tema.

ANA defende que petrolíferas devem ponderar projeto de oleoduto para aeroporto de Lisboa

Agora, o ministro do Ambiente veio anunciar uma solução, apenas um mês e meio depois após a paralisação dos condutores de materiais perigosos. Matos Fernandes admitiu que não tem todas as respostas, mas revelou que “há uma intenção já declarada por parte da CLC de construir este oleoduto”, mas antes tem que ser definido se se trata de transporte ou de distribuição [de combustíveis], uma vez que se for o segundo caso terá que ser realizado um concurso público.

“Se for transporte não há razão para que não seja a CLC desde que pague com justiça o terreno da EPAL, que é de todos nós”, acrescentou.