Neste mês de junho, a Relógio d’Água, editora que tem vindo a republicar, desde 2017, a obra completa de Agustina Bessa-Luís, vai lançar novas edições de Vento, Areia e Amoras Bravas e O Sermão do Fogo. O primeiro, a segunda parte da história de Dentes de Rato, conta com ilustrações da filha da autora, Mónica Baldaque; o segundo, trata-se de um romance originalmente publicado em 1962 e há muito esgotado.
As novas edições surgem no mês da morte de Agustina. Um dos nomes maiores da literatura portuguesa contemporânea, morreu esta segunda-feira, aos 96 anos, na sua casa na Rua da Gólgota, no Porto. A escritora estava, há muito, afastada da vida pública por motivos de doença. Num comunicado enviado às redações, a Relógio d’Água recordou-a como “a maior romancista portuguesa e um dos nossos principais escritores de sempre” e garantiu que tudo fará “para que a obra de Agustina esteja acessível aos leitores, o que inclui os livros esgotados ou há muito inacessíveis e também inéditos”.
É nesse sentido que deverá sair, até ao final do ano, um volume com a correspondência da autora com o jornalista e escritor britânico Juan Rodolfo Wilcock. Em declarações à Agência Lusa, Francisco Vale, editor da Relógio d’Água, colocou também a hipótese de se publicar, ainda em 2019, um volume de contos inéditos.
A editora começou a republicar a extensa obra da autora — que inclui romances, peças de teatro, contos infantis e ensaios biográficos — em 2017. Nesse ano, saíram alguns dos livros mais famosos de Agustina, como A Sibila e Fanny Owen, acompanhados por novos prefácios. A edição das obras completas da autora pela Relógio d’Água vai continuar nos próximos anos. Desde 2017, já saíram 15 títulos.