Os Estados Unidos anunciaram que vão enviar cerca de mil novas tropas para o Médio Oriente, no mais recente passo na escalada de tensão entre o país e o Irão. O anúncio foi feito pelo Pentágono esta segunda-feira.

“Autorizei aproximadamente mais mil tropas adicionais para propósitos de defesa para responder a ameaças aéreas, navais e no terreno no Médio Oriente”, anunciou o secretário da Defesa, Patrick Shanahan, em comunicado.

A declaração deixa claro que as alegadas atividades recentes do Irão — que os EUA acusa de estar por detrás das explosões contra petroleiros no estreito de Ormuz — estão na origem da decisão. “Os ataques recentes do Irão validam a informação credível que temos recebido de comportamento hostil por parte das forças iranianas e dos seus grupos por procuração, que ameaçam o pessoal dos Estados Unidos e os nossos interesses em toda a região”, declarou o ministro, sublinhando, no entanto, que “os EUA não procuram o conflito com o Irão”.

O anúncio surge no mesmo dia em que Teerão anunciou que poderá vir a ultrapassar o limite de reservas de urânio estabelecido no acordo nuclear assinado com os EUA, a União Europeia e outros países europeus — do qual os norte-americanos se retiraram entretanto. A UE reagiu entretanto, sublinhando que “até agora, o Irão tem sido cumpridor com os seus compromissos” e que irá continuar a acreditar no cumprimento do acordo até que surjam provas científicas em contrário.

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União Europeia considera que Irão cumpre acordo nuclear até ser provado o contrário

Esta semana, o Médio Oriente foi abalado por explosões em petroleiros no estreito de Ormuz — por onde passa quase um terço de todo o petróleo comercializado a nível mundial. Os EUA acusaram o Irão de ser responsável pelo ataque.

Do estreito de Ormuz às filas de gasolina, a tensão com o Irão tem muito por onde piorar

O anúncio de os Estados Unidos de reforçarem a sua presença no Médio Oriente surge seis meses depois de o Presidente, Donald Trump, ter ordenado a retirada de cerca de dois mil soldados norte-americanos que combatiam o Estado Islâmico na Síria.