O socialista italiano David Maria Sassoli, eleito esta quarta-feira presidente do Parlamento Europeu, entrou no mundo da política há 10 anos, quando deixou o jornalismo e se candidatou pelo Partido Democrático (centro-esquerda) à assembleia que agora passa a presidir.

Sucessor do seu compatriota, de direita, António Tajani, David Sassoli, 63 anos, natural de Florença, casado e pai de dois filhos, licenciou-se em ciências políticas, mas cedo decidiu seguir o jornalismo, carreira que iniciou na década de 1980, começando pela imprensa escrita, passando a trabalhar no início da década de 90 em canais televisivos e tornando-se, em 2007, diretor adjunto do TG1, o telejornal do canal televisivo italiano RAI1.

Em 2009, decidiu então ‘abraçar’ a carreira política, sendo eleito para o Parlamento Europeu e, na legislatura seguinte, em 2014, foi eleito vice-presidente da assembleia, sendo na ocasião o segundo deputado da família socialista com mais votos.

Reeleito nas eleições deste ano, Sassoli foi, com alguma surpresa, o nome escolhido na terça-feira à noite pelo grupo socialista e democrata (S&D) – que integra o PS – como seu candidato à presidência do Parlamento Europeu.

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No quadro do compromisso alcançado na terça-feira, no final de uma longa ‘maratona’ negocial no Conselho Europeu, sobre a distribuição dos cargos de topo da UE para o novo ciclo político, foi decidido atribuir à família socialista a presidência da assembleia, mas o nome ‘sugerido’ desde Bruxelas era o do presidente do Partido Socialista Europeu (PES), Sergei Stanishev.

O grupo S&D não aceitou a imposição de um nome, avançando então com o de Sassoli, que foi eleito esta quarta-feira à segunda volta de uma eleição à qual se apresentaram ainda três outros candidatos (a alemã Ska Keller, pelos Verdes, a espanhola Sira Rego, do Grupo da Esquerda Unitária, e o checo Jan Zahradil, pelos Conservadores e Reformistas Europeus), tendo as duas outras grandes bancadas da assembleia, do PPE (a mais numerosa) e do Renovar a Europa (liberais, terceira maior) abdicado de avançar com candidatos, face ao compromisso no Conselho.

Esse compromisso prevê, todavia – embora não fique consagrado ‘preto no branco’ —, que os socialistas passarão a presidência do Parlamento aos conservadores do PPE na segunda metade do mandato, pelo que Sassoli deverá presidir à assembleia ‘apenas’ até janeiro de 2022.