A pick-up da Mercedes-Benz surgiu como uma lufada de ar fresco, a que todos os analistas previram o maior dos sucessos. Para começar é linda, deixando a milhas não só as restantes pick-ups do mercado, como sobretudo aquelas que partilham com a Classe X a base e até a fábrica, uma vez que o modelo alemão é produzido pela Nissan em Barcelona, Espanha, na linha de onde também saem a Navara e a Renault Alaskan.

A Classe X foi lançada em 2017, como uma alternativa mais refinada dos modelos japoneses, da Toyota, Mitsubishi e Nissan, além das versões europeias da Volkswagen Amarok e da Ford Ranger. Mas seja por ser demasiado cara, ou pela falta de tradição da marca no segmento, as vendas nunca acompanharam o optimismo do fabricante. Sendo aqui bom recordar que ao não investir na concepção do modelo, nem na sua linha de produção, a Mercedes poupou no investimento inicial, mas isso levou-a a um custo por unidade demasiado elevado, impedindo-a de atingir os ambicionados lucros.

Em 2018, segundo a Autonews, a Mercedes comercializou apenas 16.700 unidades da Classe X, nos mercados europeu, australiano e sul-africano. O mercado americano ficou de fora uma vez que a pick-up da Mercedes é uma mid-size, demasiado pequena para os padrões dos EUA. Proposta a partir de 37.294€ na Alemanha e de 38.100€ em Portugal, a Classe X nunca teve o preço entre os seus atributos, mas uma série de recalls às oficinas, para resolver defeitos de produção, tão pouco terá ajudado ao sucesso comercial do modelo.

No início de Julho, a Daimler reduziu mais uma vez as previsões de vendas da sua pick-up, a quarta vez nos últimos 13 meses, de acordo com o que apurou a Autonews. De caminho, o facto de ser um dos veículos com emblema da marca com maiores emissões de CO2 torna desaconselhável a sua comercialização, uma vez que as emissões de CO2 rondam os 200 g e, até final de 2020, a Mercedes tem de respeitar um tecto máximo total de apenas 95 g, como todos os seus rivais.

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