A direção do PSD recusou esta quinta-feira a primeira indicação da distrital de Lisboa para incluir o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, como candidato a deputado pelo círculo da capital, disseram à Lusa fontes desta estrutura.

Em várias reuniões com a Comissão Política Nacional (CPN), a distrital e o seu líder, o deputado e antigo vice-presidente do PSD Pedro Pinto, reafirmaram que Miguel Pinto Luz “era o primeiro nome” indicado pelo PSD/Lisboa.

No entanto, numa reunião no final do dia desta quinta-feira, a direção referiu que por indicação do presidente do partido, Rui Rio, o ex-líder da distrital de Lisboa Miguel Pinto Luz “não seria uma prioridade”, com a distrital a considerar que a sua escolha não estava a ser respeitada. “Desta forma, Miguel Pinto Luz está fora das listas, tendo sido vetado”, consideraram as mesmas fontes do PSD/Lisboa.

A Lusa tentou contactar o secretário-geral do PSD, José Silvano, até agora sem sucesso.

Miguel Pinto Luz ponderou a possibilidade de ser candidato à liderança do partido contra Rui Rio, quando Passos Coelho anunciou a não recandidatura em 2017, mas acabou por não avançar.

A lista por Lisboa – o maior círculo do país – ainda não está fechada, estando marcada nova reunião desta distrital com a direção para sexta-feira.

No final de junho, o PSD/Lisboa aprovou a proposta de lista de candidatos a deputados por este círculo, que incluía, além de Pinto Luz, o presidente da estrutura, Pedro Pinto, os atuais deputados eleitos por Lisboa Ricardo Baptista Leite, Carlos Silva, Sandra Pereira, Joana Barata Lopes e Ana Sofia Bettencourt, bem como o vereador na Câmara de Oeiras Ângelo Pereira e o ex-secretário-geral Matos Rosa.

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Nos últimos dias têm sido conhecidas outras exclusões por parte da direção do PSD de nomes indicados pelas estruturas locais, casos da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, por Setúbal, ou do ex-líder parlamentar Hugo Soares, por Braga.

Esta quinta-feira, em entrevista à Rádio Observador, o presidente do PSD recusou comentar casos concretos relacionados com a lista de deputados do PSD, remetendo para a sua divulgação completa na reunião do Conselho Nacional na próxima terça-feira.

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A escolha dos cabeças de lista é prerrogativa do presidente do PSD, tendo já sido divulgados os nomes dos “número um” pelos 20 círculos que cabia a Rui Rio escolher (Madeira e Açores têm competência própria na escolha de candidatos a deputados).

Quanto à restante composição das listas, os estatutos do PSD não definem qual a “quota” de candidatos que a direção pode impor às estruturas regionais e apenas determinam que compete às distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”.

As listas de candidatos a deputados do PSD serão votadas, de braço no ar, no Conselho Nacional do partido de terça-feira, em Guimarães, distrito de Braga.

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