O FBI fez uma rusga na ilha caribenha privada de Jeffrey Epstein, onde decorreriam as orgias, mostrando que a morte do milionário, não vai abrandar a investigação aos alegados crimes de tráfico sexual e abuso de menores, pelos quais aguardava julgamento na prisão, noticiou a NBC News.

Os agentes foram vistos em Little St. James (nas Ilhas Virgens Americanas), em carros de golfe, por volta das 10h30 (hora local) de segunda-feira, e filmados por turistas que se encontravam num barco. O vídeo foi partilhado pela NBC News. Dois oficiais que estão dentro do caso terão confirmado as buscas.

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Um vídeo de drone divulgado pela CNBC mostra agentes do FBI e do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) a fazer buscas dentro de uma casa. O canal afirma que os agentes foram vistos a retirar dois computadores e um portátil.

O procurador-geral norte-americano, William Barr, disse, na segunda-feira, que “qualquer co-conspirador não devia ficar descansado. As vítimas merecem justiça e vão tê-la”. As declarações são uma resposta às vítimas que receavam que, com o suicídio de Epstein na prisão, o caso pudesse cair no esquecimento.

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Jeffrey Epstein, de 66 anos, amigo de Donald Trump, Bill Clinton e outras figuras públicas como o príncipe André do Reino Unido, estava numa prisão de Nova Iorque desde julho enquanto aguardava julgamento, mas foi encontrado morto na manhã de sábado. Devia estar a ser vigiado de meia em meia hora, por já se ter tentado suicidar, mas naquela noite terá estado horas sem receber nenhuma visita dos guardas prisionais.

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A “ilha das orgias” de Epstein

Um retiro, um paraíso fiscal e um local para receber e explorar sexualmente mulheres. Assim era a ilha nas Caraíbas que Jeffrey Epstein comprou em 1998, por 7,95 milhões de dólares (7,1 milhões de euros).

Little St. James foi rebatizada pelo milionário de Little Saint Jeff, mas os habitantes preferem chamar-lhe “ilha pedófila” ou “ilha das orgias”, conta o jornal Cinco Dias.

Além do dinheiro investido na compra, Epstein terá gasto uma pequena fortuna a encher a ilha de palmeiras, estradas, cabanas e um edifício em forma de templo.

Um antigo empregado, que não quis ser identificado, diz que o milionário visitava a ilha duas ou três vezes por mês para lá passar três ou quatro dias. Quando ali estava, caminhava descalço e em tronco nu, ouvia-se música de meditação à volta da casa principal e viam-se mulheres nuas ou em topless a tomar banho na piscina.

Recorda-se também de Les Wexner, o milionário da Victoria’s Secret, que era cliente de Epstein, bem como as modelos da marca.

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Segundo o mesmo relato, as mulheres jovens chegavam à ilha em grupos, a bordo do barco Lady Ghislaine, que se chamaria assim aparentemente por causa da sua amiga Ghislaine Maxwell que está agora a ser acusada de o ajudar na rede de tráfico. Epstein aterrava em Saint Thomas a bordo do seu jato privado antes de ir de helicóptero para a sua ilha, não passando muito tempo na primeira localidade, apesar de ter a sede d sua empres ali continua a descrever o Cinco Dias.