O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, proibiu a entrada de um navio humanitária alemão que transportava migrantes resgatados da Líbia para águas territoriais de Itália, anunciaram esta terça-feira as autoridades italianas.
Salvini assinou a “proibição de entrada, trânsito e atracamento em águas territoriais italianas do navio ‘Eleonore’, com bandeira alemã”, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior.
O decreto de Salvini é um de vários que o ministro italiano tem assinado na tentativa de impedir que navios de resgate humanitários levem migrantes para Itália.
O navio “Eleonore”, que está ao serviço da organização não-governamental (ONG) Mission Lifeline, informou segunda-feira, através das redes sociais, que ajudou 100 migrantes que navegavam num barco pneumático que se estava a afundar ao largo da costa da Líbia.
A organização Mission Lifeline explicou que a guarda costeira da Líbia tinha ameaçado a tripulação do navio alemão e aproximou-se muito da embarcação humanitária, causando nervosismo nos migrantes, que recearam ter de voltar para o país.
“A equipa de ‘Eleonore’ fez um ótimo trabalho. Agora estamos a procurar um porto seguro. (…) Espero que as pessoas possam desembarcar em breve”, escreveu na sua conta pessoal da rede social Twitter Claus-Peter Reisch, diretor da ONG.
Die Crew der Eleonore hat heute ganze Arbeit geleistet. Nun suchen wir einen sicheren Hafen. Die Bundesregierung habe ich gebeten, sich zu kümmern. Ich hoffe darauf, dass es gelingt, die Menschen bald an Land zu bringen.
Gute Nacht, Freundinnen und Freunde der @SEENOTRETTUNG! pic.twitter.com/vqdL6kG9Eb— Claus-Peter Reisch (@ClausReisch) August 26, 2019
Esta terça-feira, Reisch explicou que a equipa se preocupou em garantir que nenhum migrante caía no mar e o médio do navio está a tomar conta dos resgatados no pequeno hospital a bordo do “Eleonore”.
O navio procurava ancorar na costa italiana, que é a mais próxima da sua localização, mas foi travado pelas instruções de Matteo Salvini, procurando agora alternativas para o acolhimento dos migrantes oriundos da Líbia.
No mesmo dia em que o “Eleonore” salvou o bote de migrantes, o Telefone de Alarme do Mediterrâneo (uma linha de monitorização de migrantes no mar) informou que talvez tenha havido um outro naufrágio numa embarcação com cerca de 100 pessoas, mas ainda não conseguiu confirmar o alerta.