“Cortem-lhe a cabeça!” (“Off with his head!”, no inglês original), chegou a gritar um dos protestantes. Este sábado, dezenas de milhares de britânicos saíram às ruas contra a medida de suspensão do Parlamento feita pelo atual primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Como conta o The Guardian, “de Bodmin a Berlim, de Bristol to Oxford” muitos mostraram a sua “fúria” contra o que está a acontecer.  Só em Londres, cerca de 40 mil pessoas demonstraram o seu descontentamento.

Uma das caras destes protesto é Jeremy Corbyn, o líder do partido trabalhista e da oposição a Boris Johnson e ao partido conservador. O político acusa Johnson de querer sair da União Europeia a qualquer custo para poder celebrar um acordo comercial com os Estados Unidos da América. “Sim, esta é a nossa última hipótese [de fazer com que o Reino Unido saia da UE] e vamos fazer tudo para evitar um Brexit sem acordo”, disse Corbyn.

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Enquanto isso, nas ruas os britânicos dizem a Johnson para “ter vergonha” pela decisão de evitar que o Parlamento possa adiar mais uma vez o prazo para a saída do Reino Unido da UE. Segundo conta o mesmo jornal, vários dos manifestantes estavam a sair à rua em protesto pela primeira vez.

[Estamos] zangados que o governo e um primeiro-ministro escolhidos por 93 mil membros dos conservadores estejam a boicotar as necessidades, vontades e aspirações de 65 milhões de pessoas”, diz Corbyn.

Este protesto pode ter sido um dos primeiros de muitos nos próximos dois meses até chegar a data do fim do prazo para o Brexit, a 31 de outubro. Vários movimentos, como o “stopthecoup” (“parem o golpe de Estado”, em português), estão a apelar à participação dos britânicos para saírem às ruas.

Devido à decisão de Boris Johnson, o Parlamento vai estar suspenso durante cinco semanas, o que tira bastante poder a este órgão legislativo para evitar que o Reino Unido saia da UE sem um acordo.