Cerca de 37,9% dos votos e 114 deputados — se as eleições legislativas de 2019 fossem hoje, este seria o resultado do PS de António Costa, que deixaria escapar a maioria absoluta por apenas dois deputados. Segundo uma nova sondagem feita pela Intercampus para o Jornal de Negócios e Correio da Manhã, este seria o desfecho do sufrágio do próximo dia 6 de outubro de 2019, mas outras surpresas também estariam na manga.
A notícia que aparece em destaque esta sexta-feira na primeira página de ambos os jornais dá conta daquilo que outros estudos e projeções já tinham apontado: o favoritismo do Partido Socialista. Este trabalho mais recente explica ainda que no caso do PSD, por exemplo, estaria em cima da mesa um resultado na ordem dos 23,6%, o equivalente a 67 deputados, que colocaria o partido de Rui Rio no segundo lugar do pódio eleitoral a uma distância considerável do partido do atual primeiro-ministro.
Das forças à direita no espectro político destaca-se também o CDS-PP que registaria algo como 6,3% dos votos dos portugueses, nove deputados. Nas últimas eleições o partido de Assunção Cristas concorreu coligado com o PSD no movimento a que chamaram de PaF (Portugal à Frente), elegendo 107 deputados.
Por muito que pareça que os votos na direita passaram para o PS a realidade não é assim tão líquida: apesar de muitos deles terem de facto passado para o campo dos socialistas há uma grande aposta em movimentos mais recentes como o PAN, por exemplo, que muito provavelmente teria um resultado histórico (depois do sucesso eleitoral nas Europeias) ao eleger seis representantes na Assembleia da República, mais cinco dos que tem hoje (um), somando um total de 5,2% dos votos.
O partido de André Silva começaria a “morder os calos” ao CDS. O que estes dados comprovam é que para o PS garantir a tão desejada maioria absoluta precisaria apenas de se coligar com o partido Pessoas-Animais-Natureza — isto se de facto se comprovasse que precisava apenas de mais dois deputados para garantir essa maioria — cenário que não tem sido de todo descartado por ambos os lados.
Finalmente, o Bloco de Esquerda registaria uma ligeira quebra no seu resultado. Apesar de se solidificar como terceira força política do país — ficava com 9,8% dos votos — teria menos 0,4% que em 2015, enquanto a CDU, coligação que junta o PCP e Os Verdes, registaria um ligeiro aumento face aos resultados de 2015, passando dos 8,3% para os 8,6%.
Este estudo da Intercampus também avaliou a popularidade dos líderes de cada força política portuguesa e um dado curioso a assinalar é o de que André Silva consegue sobrepor-se a Rui Rio e Assunção Cristas — tem uma avaliação de 2,8 pontos em cinco contra os 2,6 e 2,5 dos adversários mais à direita, respetivamente. António Costa (3,3), Catarina Martins (3,1) e Jerónimo de Sousa (2,9) formariam o pódio desta avaliação de popularidade.