Mais de 2.200 fetos preservados foram encontrados na casa de um médico norte-americano que morreu no início do mês, está a noticiar o The Guardian. Julga-se que os 2.246 corpos tenham sido guardados por Ulrich Klopfer enquanto trabalhava numa clínica de abortos no estado norte-americano do Indiana, onde era considerado o médico com maior experiência nesses procedimentos.

Em junho de 2014, o médico esteve em tribunal por ter demorado demasiado tempo a reportar o caso de uma rapariga de 13 anos a quem fez um aborto em South Bend. Originalmente especializado em osteopatia, questionado sobre os motivos que o levaram a dedicar 43 anos da sua carreira à interrupção da gravidez, o médico respondeu: “As mulheres engravidam, os homens não. Precisamos respeitar as mulheres que tomam a decisão que consideram melhor. Não julgo ninguém”.

A clínica onde Ulrich Klopfer trabalhava fechou em 2015 por falta de licença, após as autoridades de saúde locais terem acusado o estabelecimento de não manter registo das mulheres atendidas, nem de cumprir a legislação relacionada com os medicamentos a serem administrados durante um aborto. Mais tarde, em novembro de 2016, Ulrich Klopfer também foi acusado de não contratar pessoal médico para acompanhar as pacientes durante a recuperação. E perdeu a autorização para exercer abortos.

Não se sabe que materiais terá Ulrich Klopfer usado para preservar os fetos abortados, que estão na posse das autoridades do Condado de Will, responsáveis pela investigação. E também não se sabe porque é que o médico manteve os fetos em casa.

O caso está a motivar reações entre as organizações contra o direito ao aborto nos Estados Unidos. Mike Fichter, presidente do “Right to Life”, enviou um comunicado em que se diz “horrorizado” com a descoberta dos fetos na casa do médico. “Estes relatórios doentios tornam mais evidente porque é que a indústria do aborto deve ser realizada com o maior escrutínio”, considerou.

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