“Zé Pedro Rock’n’Roll”, de Diogo Varela Silva, é um documentário de 120 minutos sobre o lendário guitarrista dos Xutos e Pontapés, que morreu a 30 de novembro de 2017, aos 61 anos. O filme recorre a imagens de arquivos públicos e pessoais para contar a história do músico, dos Xutos e do rock português. Por sua vez, “The Quiet One”, de Oliver Murray, narra a vida e a carreira de Bill Wyman, membro fundador dos Rolling Stones, com algumas imagens inéditas dos primeiros momentos da banda britânica, filmados em película Super 8 mm e 16 mm.
São dois dos 20 filmes que o festival DocLisboa vai exibir em outubro na secção “Heart Beat”, divulgou a organização nesta quarta-feira. A 17ª edição do festival internacional de cinema documental de Lisboa decorre entre 17 e 27 de outubro e na secção “Heart Beat” encontram-se filmes que “exploram todas as formas de arte e expressão, numa celebração da criação”.
Nas últimas semanas, já tinha sido divulgado o conteúdo das secções “Da Terra à Lua” (Werner Herzog, Lech Kowalski), da sessão de abertura (“Longa Noite”, de Eloy Enciso), da sessão de encerramento (“Technoboss”, de João Nicolau) e ainda das retrospetivas (Jérôme Bel). A restante programação do festival deverá ser conhecida em conferência de imprensa, a 2 de outubro.
A música, a dança, o cinema, as artes visuais, as artes performativas e a literatura são o “universo artístico” da secção “Heart Beat” deste ano, “com um ênfase particular no universo musical”, de acordo com a organização, a cargo da Apordoc – Associação pelo Documentário. Eis as outras propostas.
“The Cavern Club: The Beat Goes On”, de Christian Francis-Daives e JonKeats. História do Cavern Club, espaço mítico de Liverpool onde os Beatles aturam e que hoje recebe artistas como Arctic Monkeys e Adele.
“The Projectionist”, de Abel Ferrara. A vida e carreira de Nicolas “Nick” Nicolaou, imigrante cipriota que trabalhou em adolescente em cinemas de bairro de Manhattan e que depois se tornou um dos últimos proprietários de cinemas independentes em Nova Iorque.
“The Bridge”, de Paulo Raposo, em estreia mundial. Um grupo de artistas sonoros reúne-se na Normandia para uma intervenção sonora na ponte sobre o rio Andelle.
“Ensaio de Amor”, de Zé G. Pires, em estreia mundial. O filme parte da personagem Hanna, portadora de trissomia 21, surgida no livro “Uma Menina Está Perdida no Seu Século à Procura do Pai”, de Gonçalo M. Tavares, que os atores do Grupo Crinabel adaptaram para teatro.
“Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”, de Daniela Broitman, em estreia internacional. Uma viagem pelo universo do cantor e compositor Dorival Caymmi, considerado um revolucionário da canção no Brasil, que abriu caminho a movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália.
“Banquete Coutinho”, de Josafá Veloso, em estreia internacional. Um olhar sobre a obra de Eduardo Coutinho, um dos mestres do cinema brasileiro.
“Lemebel”, de Joanna Reposi Garibaldi. Retrato de um escritor e artista visual, descrito como pioneiro do movimento “queer” na América Latina. Pedro Lemebel “abalou a sociedade chilena conservadora durante a ditadura de Pinochet nos anos 1980”.
“Forman vs. Forman”, de Helena Třeštíková e Jakub Hejna. Coprodução checa e francesa sobre Miloš Forman, na vertente pessoal e profissional. Uma colagem de arquivos raros e memórias do filho do cineasta, Petr Forman.
“Haut les Filles”, de François Armanet. História de estrelas rock francesas, de Françoise Hardy a Christine & The Queens, passando por Vanessa Paradis, Catherine Ringer e Charlotte Gainsbourg.
“Mitten”, de Olivia Rochette e Gerard-Jan Claes. As últimas semanas de ensaio de “Mitten Wir Im Leben Sind”, espectáculo da coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker, com foco na “ânsia de precisão e detalhe”.
“The Sound of Masks”, de Sara Gouveia. Sobre Atanásio Nyusi, contador de histórias e dançarino lendário de mapico, numa viagem sobre o presente e o passado colonial de Moçambique.
“Gestern Mitte Morgen”, de Peter Zach. Documentário de 1995 que retrata a vida cultural alternativa pós-1989 em Mitte, no centro de Berlim.
“Talking About Trees”, de Suhaib Gasmelbari. Tornar o cinema realidade no Sudão é o objetivo do reencontro de velhos amigos e cineastas, após anos de distância e exílio.
“What She Said: The Art of Pauline Kael”, de Rob Garver. Filme de 2018 acerca da controversa crítica de cinema Pauline Kael, que “lutou para se afirmar, exerceu influência sobre toda a gente, de Orson Welles a Steven Spielberg, e inspirou cineastas como Quentin Tarantino”.
“Delphine et Carole, Insoumuses”, de Callisto McNulty. O encontro entre a atriz Delphine Seyrig e a videasta Carole Roussopoulos conduz-nos ao “coração do feminismo dos anos 1970”.
“Daniel Darc, Pieces of My Life”, de Thierry Villeneuve e Marc Dufaud, em estreia internacional. Narrativa sobre Daniel Darc, vocalista dos Taxi Girl, banda de culto dos anos 1980.
“30HA”, de Clayton Vomero. Uma “crítica hipnótica da cultura consumista e da simulação interminável das nossas memórias”.
“Felix in Wonderland”, de Marie Losier. Filme sobre o mundo criativo de Felix Kubin, cujo instrumento de eleição é o sintetizador Korg MS-20.