O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) disse esta quarta-feira que a Cimeira de Ação Climática, na próxima semana, será palco para anunciar soluções baseadas no potencial da natureza e o reforço das oportunidades de emprego digno.

O chefe da ONU disse que a Assembleia Geral, que se realiza até 30 de setembro em Nova Iorque, incluindo a Cimeira de Ação Climática no dia 23, não vai trazer todas as soluções, mas vai dar uma nova dinâmica e “impulso aprimorado” no combate às alterações climáticas.

António Guterres adiantou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que a cimeira vai incluir anúncios de planos significativos para reduzir em 45% as emissões de dióxido de carbono durante a próxima década e para chegar à neutralidade de carbono até 2050.

O secretário-geral da ONU sublinhou também que a Cimeira de Ação Climática, em nova Iorque, pretende incluir a discussão de medidas mais drásticas para combater as alterações climáticas como o fim de subsídios no uso de combustíveis fósseis e o aumento do preço a pagar pelas emissões de carbono.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo Guterres, a Assembleia Geral pretende “dar uma maior dimensão a soluções baseadas no potencial da natureza, criar maneiras mais limpas para o método de trabalho nas contribuições da sociedade, consolidar resiliência, proteger as populações e promover empregos decentes para uma transição justa”.

António Guterres relembrou que é importante apoiar o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund), para o qual “o mundo desenvolvido” deverá contribuir com fundos monetários anualmente a partir de 2020, para reforçar os compromissos com os países em desenvolvimento na adaptação e mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

A Cimeira de Ação Climática, na segunda-feira, é precedido pela Cimeira da Juventude sobre alterações climáticas, no fim de semana onde o debate vai ser conduzido por jovens ativistas como Greta Thunberg. “É absolutamente notável a liderança e iniciativas que a juventude mostra em todo o mundo”, comentou o secretário-geral, que acrescentou a esperança de que isso tenha impacto nas famílias e casas dos jovens, em toda a sociedade e que chegue também aos governos dos seus países.

“Tenho três netos e não quero ser responsável por viverem num planeta semi-destruído quando chegarem à minha idade”, confessou o secretário-geral da ONU. Guterres considerou que os jovens “estão absolutamente corretos em pressionar-nos para fazermos melhor e unirmo-nos através da ciência”.

Em várias ocasiões, o secretário-geral disse que o mundo está a “perder a corrida contra as alterações climáticas”, que são um “problema trágico para todas as sociedades do mundo”.

O secretário-geral da ONU também mencionou a forma como cada vez mais instituições públicas e privadas incluem o ambiente nas suas preocupações, como bancos ou agências de notação financeira que incluem os riscos climáticos nas suas análises.

Proprietários de infraestruturas e exploradores de recursos naturais, no valor de indústrias de triliões de dólares, que reduzem a utilização de combustíveis fósseis são também “sinais muito fortes dos mercados de setor privado” que podem afetar as decisões políticas no mundo, disse António Guterres.