Terão sido cerca de 630 milhões de euros que os clientes perderam no Dubai. O antigo banco do Grupo Espírito Santo sediado naquele país —o Espírito Santo Bankers Dubai — investiu esse dinheiro na compra de papel comercial da Rioforte e do Espírito Santo Bank Panamá, empresas do GES. Acontece que as três entidades estão em processo de liquidação e os clientes perderam todo o dinheiro, sem nunca terem sido consultados sobre aquele investimento em concreto. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã.

Segundo aquele jornal,  foi a própria autoridade de supervisão do Dubai que comunicou ao Ministério Público português que os clientes em causa têm créditos de 700 milhões de dólares (cerca de 630 milhões de euros) e que o Espírito Santo Bankers Dubai terá acedido às contas dos clientes através de um instrumento chamado de colocação fiduciária. Isto permite que, na prática, o banco possa retirar dinheiro das contas dos seus clientes e aplicá-los em produtos financeiros escolhidos pela instituição bancária, já que os gestores de conta podem fazer a captação direta de fundos dos clientes mediante uma remuneração predefinida para investimento do dinheiro.

No âmbito da investigação ao Grupo Espírito Santo, a filial do Dubai já tinha sido sinalizada pelo Ministério Público como um dos intervenientes no alegado esquema fraudulento de financiamento do GES na sua área financeira. Para além do Banco Espírito Santo em Portugal, à data presidido por Ricardo Salgado, o esquema terá envolvido o Banque Privée Espírito Santo (Suíça) e o Espírito Santo Bankers Dubai. O esquema passava por vender aos clientes das três instituições papel comercial das empresas do grupo, nunca revelando o verdadeiro estado das contas das empresas que emitiam papel comercial.

“Ricardo Salgado manifestou elevadíssimo grau de irresponsabilidade” na gestão do BES

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