Um homem e uma mulher foram condenados, esta segunda-feira, a penas de prisão efetiva por terem acedido a imagens da autópsia de Emiliano Sala. O jogador de futebol do Nantes morreu num acidente aéreo no Canal da Mancha quando seguia para Cardiff, onde ia começar a jogar, em janeiro deste ano.
Sherry Bray (49 anos) e Christopher Ashford (62 anos) foram condenados a 14 e a 5 meses de prisão, respetivamente, por três crimes informáticos, de acordo com a Sky News.
Bray é diretora da empresa Camera Security Services Limited, que é responsável pela videovigilância da morgue onde o corpo de Sala foi submetido a autópsia, e foi assim que teve acesso às imagens. De seguida, segundo o Telegraph, passou-as ao seu empregado, Christopher Ashford, numa mensagem com a legenda “Aqui está um bom para veres quando entrares [ao serviço]”. Ashford assistiu depois ao vídeo da autópsia seis vezes, num período de 48 horas. A sua chefe acabaria por dar-lhe instruções para apagar as imagens mais tarde.
BREAKING: Sherry Bray jailed for 14 months and Christopher Ashford jailed for five months after illegally accessing mortuary CCTV cameras to watch autopsy of footballer Emiliano Sala. #swindon pic.twitter.com/1rcE3bTqLi
— Jon Kay ☕️ (@jonkay01) September 23, 2019
Sherry Bray enviou ainda imagens da autópsia à sua filha mais nova através do Facebook Messenger, o que fez com que as imagens circulassem nas redes sociais e chegassem a milhares de pessoas. A irmã de Emiliano Sala, Romina Sala, falou no julgamento sobre o efeito que essas imagens e o facto de estarem a ser repassadas a nível mundial tiveram sobre si e a sua família. O seu irmão Dario, explicou, não quis ver as fotos.
Nunca conseguirei apagar as imagens da minha cabeça. O meu irmão e a minha mãe não conseguem esquecer isto”, confessou a irmã de Sala, Romina. “Não acredito que existem pessoas tão perversas e tão maldosas”, acrescentou, referindo-se aos arguidos.
O procurador Robert Welling afirmou na sala de tribunal que Sherry Bray teve um papel decisivo numa situação em que “tanto ela como os seus funcionários assistiam às autópsias que ficavam registadas nas gravações da morgue”. “Desenvolveu-se uma cultura [de trabalho] em que parece que isso era até, de certa forma, ativamente encorajado”, acrescentou.