O índice do Fórum Económico Mundial que mede a capacidade dos países para competirem com outras economias mostra que, neste capítulo, quase nada mudou para Portugal este ano: entre os 141 países analisados, o país continua na 34ª posição, atrás do Chile (33º) e à frente da Eslovénia (35º).

O Global Competitiveness Report indica, ainda assim, que a pontuação atribuída ao país teve um ligeiro aumento (de 70,2 para 70,4), atingindo um nível semelhante ao de 2003.

Por setor, as melhores classificações são conseguidas nos pilares das infraestruturas (21º lugar), saúde (22º), dinamismo dos negócios (28º), instituições (30º), capacidade de inovação (31º) e adoção de tecnologias de informação e comunicação (34º).

Por outro lado, a estabilidade macroeconómica (62º lugar), dimensão do mercado (51º), mercado de trabalho (49º), competências (43º) e mercado de bens (39º) prejudicam a economia portuguesa no ranking, que se baseia num inquérito feito a empresas (150 no caso de Portugal) e em algoritmos que têm em conta vários indicadores estatísticos.

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Os dados, divulgados esta manhã pelos parceiros do Fórum Económico Mundial (a PROFORUM – Associação para o Desenvolvimento da Engenharia e pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas), mostram que, de um ano para o outro, houve quedas em sete dos 12 pilares avaliados, com destaque para as questões relacionadas com o mercado de trabalho (queda de 14 lugares no ranking), mas também com a estabilidade macroeconómica e o mercado de bens (ambos com menos quatro lugares).

Dentro destes pilares, há várias componentes em que Portugal lidera o ranking mundial — inflação, terrorismo e concessão de crédito — e outros ainda em que está no top 10: eletrificação (2º), barreiras alfandegárias (6º lugar, face ao 23º de 2017) e tarifas alfandegárias (7º), acordos ambientais (7º), regulamentação de insolvências (7º), qualidade de estradas (8º), regulamentação da eficiência energética (9º) e o crime organizado (9º).

No entanto, a posição portuguesa neste ranking é altamente desfavorável também numa série de componentes, muitos deles relativos a questões laborais ou à banca. Para além da eficiência nas disputas legais (113º lugar em 141 países) e da complexidade de tarifas (113º), estão ainda em causa impostos laborais (115º), mobilidade laboral (120º), contratação/despedimentos (121º), crédito malparado (121º), rácio de capital na banca (123º) e solidez da banca (125º).

No relatório de 2018, Portugal tinha subido oito posições no ranking global (a partir do 42º lugar), por causa de uma revisão metodológica, que deu mais importância à economia digital (4.0). Com um aumento de meio ponto percentual na pontuação atribuída pelo Fórum Económico Mundial, foi, ainda assim, ultrapassado nesse ano pelo Chile.

Antes disso, com a metodologia antiga, Portugal teve várias oscilações na última década. Destaque para a queda progressiva durante o período da Troika e para a melhoria conseguida logo que saiu do resgate financeiro. No entanto, os anos seguintes foram marcados, mais uma vez, por quedas no ranking.

A liderar o ranking está Singapura, que roubou o primeiro lugar aos EUA (agora 2º), seguindo-se Hong Kong (subiu de 7º para 3º) e Holanda (de 6º para 4º). No top 10, estão também Suíça, Japão, Alemanha (que caiu quatro lugares, de 3º para 7º), Suécia, Reino Unido e Dinamarca.

Na União Europeia, estão ainda à frente da economia portuguesa a Finlândia (11º lugar), França (17º), Luxemburgo (18º), Áustria (21º), Bélgica (22º), Espanha (23º), Irlanda (24º), Itália (30º), Estónia (31º) e República Checa (32º).

Portugal “está a marcar passo” na competitividade. E não se preveem melhorias