O navio-sonda “Sonangol Quenguela”, da petrolífera estatal angolana, está retido na Malásia por ter ancorado em águas territoriais do país sem autorização, avançou a Guarda Costeira malaia.

Segundo um comunicado publicado na página da Maritime Enforcement Agency da Malásia na rede social Facebook, o navio-sonda foi retido na noite de segunda-feira a nove milhas náuticas (17 quilómetros) ao largo de Tanjung Balau, uma cidade no sul da Península Malaia.

A Guarda Costeira da Malásia revelou que o “Sonangol Quenguela” tinha uma tripulação de 43 homens, entre os 28 e os 57 anos, de várias nacionalidades.

A agência malaia prometeu investigar a alegada falta de documentação do navio-sonda registado nas Bahamas e sublinhou que este crime pode ser punido com uma multa de 100 mil ringuites (21,6 mil euros) ou uma pena de prisão até dois anos.

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O “Sonangol Quenguela” foi batizado em maio no estaleiro naval da Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering Co.(DSME), na Coreia do Sul, de onde deveria partir no mês seguinte.

A DSME construiu também o outro navio-sonda da petrolífera angolana, o “Sonangol Libongos”.

A Sonangol concluiu, no final do ano passado, as negociações da transação dos dois navios-sonda com o estaleiro sul-coreano, que configurava já uma situação de pré-litígio, com repercussões negativas para as relações entre os dois países, tendo alcançado uma substancial redução de aproximadamente 400 milhões de dólares (cerca de 348 milhões de euros) do valor inicial do contrato.

Os dois navios de sétima geração, com capacidade de perfuração em águas ultraprofundas, são atualmente operados pela empresa Sonadrill, uma parceria criada em fevereiro passado entre a Sonangol e a Seadrill Limited.

A Seadrill Limited, que opera semi-submersíveis, jack-ups (plataforma auto elevatória) e navios-sonda, é uma empresa de perfuração em águas profundas que presta serviços em todo o mundo para a indústria do petróleo, estando incorporada nas Bermudas, mas gerida a partir de Londres.